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    Puxado por serviços, Brasil cria 101,4 mil vagas de trabalho em agosto

    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    11/09/2014 15h20

    O Brasil registrou a criação de 101,4 mil vagas de trabalho com carteira assinada no mês de agosto, informou nesta quinta-feira (11) o Ministério do Trabalho. O resultado é o menor para o mês desde agosto de 2012.

    O setor de serviços deu fôlego à criação de vagas em agosto, com 71,3 mil novos postos. O setor de comércio veio em seguida, responsável por 40,6 mil novas vagas no mês.

    Agosto é tradicionalmente um mês aquecido para esses setores, que já estão contratando com vistas aos negócios e vendas de fim de ano.

    O saldo de criação de vagas foi 20,5% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o país criou 127,6 mil postos de trabalho.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Mesmo assim, foi um dado tido como positivo pelo governo, que amargava quedas no nível de contratação desde maio.

    De janeiro a agosto, foram gerados 751,5 mil vagas de emprego formais. Nesse mesmo período no ano passado, esse resultado foi de 1,1 milhão. Os dados fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

    O Nordeste foi a região que mais empregou em agosto, em números absolutos - foram 42,1 mil novos postos. Em seguida, veio a região Sudeste, com a criação de 32,6 mil vagas formais de emprego.

    O ministro Manoel Dias (Trabalho) afirmou que há um "pessimismo" na economia, mas que a despeito disso o Brasil está criando vagas como nenhum outro país. Ele admitiu que há problemas a serem enfrentados, grande parte deles decorrentes da crise internacional.

    "Não podemos resolver em 12 anos o que se deixou de fazer em 500. A crise não foi gerada por nós. Apesar da crise, somos país campeão da geração de emprego e manutenção de salário acima da inflação", afirmou.

    "Apesar de toda essa campanha pessimista, de criar uma imagem de que o país está quebrado, que domina a economia brasileira, o país gera emprego", completou.

    INDÚSTRIA

    A indústria de transformação - na qual estão incluídas as indústrias automobilística, metalúrgica, entre outras - fechou vagas pelo quinto mês consecutivo. Houve uma redução de 4,1 mil postos nesse segmento em agosto.

    Na agricultura, houve o fechamento de 9,6 mil vagas. Dias atribuiu boa parte dessas demissões ao fim da lavoura do café em Minas e São Paulo.

    Dentro da indústria de transformação, os segmentos que mais demitiram foram: materiais de transporte (-5,2 mil vagas), borracha, fumo e couros (-4,2 mil) e metalúrgica (-3,6).

    O setor de alimentos e bebidas compensou parte dessas demissões na indústria, com um saldo de contratação de 13,9 mil.

    Segundo Dias, o governo está montando neste mês um grupo de trabalho para discutir soluções para a indústria brasileira aumentar sua competitividade e contratações.

    "Competitividade tem que se dar na área industrial, isso tem que ser resultado de um grande trabalho", disse. "O Brasil tem que investir e se preocupar em recuperar o parque industrial."

    O ministro, que é filiado ao PDT, informou que sai de férias na próxima semana, para fazer campanha política, provavelmente por uma semana.

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