A Petrobras enviou documentação incompleta à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para pedir autorização de testes na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

De acordo com a agência, foram solicitadas autorizações para operação de quatro tanques da refinaria, também chamada de Rnest (Refinaria do Nordeste) para dar partida em "atividades prévias" ao início da operação, previsto para 4 de novembro.

A empresa conseguiu, até o momento, atender os requisitos exigidos para a operação de apenas um dos tanques, "ficando os demais fora da autorização por falta de documentação".

Procurada, a Petrobras informou que o uso de um tanque "não afeta o cronograma da obra nem os testes pré-operacionais dos sistemas de recebimento de petróleo". A operação é prevista para começar dia 4 de novembro.

De acordo com a empresa, já houve entrega do primeiro petróleo, que está sendo usado nos testes iniciais, que envolvem o uso de uma tubulação que leva o óleo do navio até o tanque.

Esse óleo, segundo a Petrobras, é do tipo leve (mais nobre) e foi extraído da Bacia Potiguar.

A construção da refinaria de Abreu e Lima consumiu investimentos de US$ 18,5 bilhões, ou mais de sete vezes o orçamento inicial.

O projeto é alvo de investigações do TCU (Tribunal de Contas da União) e da Polícia Federal, com a operação Lava Jato, que verifica suposto esquema de desvio de dinheiro comandado pelo ex-diretor da empresa, Paulo Roberto Costa, com participação de empreiteiras.

A unidade foi projetada para ser construída com a PDVSA, mas a companhia venezuelana nunca fez os investimentos esperados. No fim do ano passado, a Petrobras oficializou sua saída do projeto.

Quando estiver em plena operação, em 2015, a refinaria vai processar 215 mil barris de óleo por dia o que, espera a Petrobras, deverá ajudar a reduzir as perdas financeiras com a importação de derivados.