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    Bebida, biscoito e xampu respondem mais a promoções

    JOANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    13/09/2014 02h00

    Algumas categorias de produtos respondem melhor e por mais tempo à estratégia de oferecer descontos ou embalagens promocionais, ação adotada pelo varejo para reter as vendas diante da inflação alta no país.

    Bebidas, itens de mercearia doce, como biscoitos e leites com sabor, e produtos de higiene e beleza impulsionaram as vendas nos últimos meses com base em promoções, de acordo com a Nielsen.

    "Entre os exemplos, observamos combinações de categorias diferentes consumidas na mesma ocasião, como os kits com xampus e condicionadores, e pacotes que aliam cremes dentais a antissépticos", diz Sabrina Balhes, analista da Nielsen.

    "Tivemos que manter o crescimento, mesmo que menor, baseado em promoção. Os lançamentos também ajudaram. As pessoas costumam comprar xampu, sabonete e desodorante para experimentar. Esse setor é muito movido por lançamento e inovação", diz Cesar Tsukuda, diretor da Beauty Fair, evento anual do setor.

    Nos doces, as ações mais exploradas foram embalagens maiores ou pacotes de menor desembolso.

    Raquel Cunha/Folhapress
    A consumidora Maria Freitas, que entrou em financiamento há três anos e mudou os hábitos de compras
    A consumidora Maria Freitas, que entrou em financiamento há três anos e mudou os hábitos de compras

    Categorias que têm baixo nível de penetração, como enxaguatórios bucais com clareador, por exemplo, registram efeito maior em relação a preço, diferentemente dos produtos considerados commodities.

    "Se o varejista fizer pague três e leve dois' de sal, o consumidor não vai comer mais sal. Já no enxaguatório, quem ainda não consome pode se sentir mais disposto a levar", diz João Carlos Lazzarini, professor de MBA da FIA Provar.

    A reação também varia conforme a marca. Segundo Lazzarini, marcas líderes de cervejas ou sabão em pó, por exemplo, costumam ter grande elevação nas vendas quando fazem promoções.

    "Mas é preciso ter cuidado ao baixar preços de marcas líderes porque elas carregam um valor percebido com benefícios subjetivos e objetivos, como a imagem, o status e a sensação de pertencimento", diz Lazzarini.

    Segundo a Nielsen, entre os 40 maiores fabricantes de bens de consumo para o abastecimento do lar, só 19 registraram crescimento de valor acima de volume, ou seja, tiveram faturamento mais sustentado na margem de lucro do que no giro.

    No grupo, a parcela de fabricantes que fizeram ações de retração de preços alcançou 76% no primeiro semestre.

    Editoria de Arte/Folhapress

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