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    Folhainvest

    Conservador, jovem quer retorno alto em 5 anos

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    15/09/2014 02h00

    Quando se fala de investimentos, os jovens são conservadores e acham difícil escolher uma aplicação devido às muitas opções existentes no mercado, mostra pesquisa da Anbima feita com alunos que participaram do curso piloto "Planeje sua liberdade".

    De acordo com o estudo, 94% afirmam ter um perfil conservador ou moderado. Além disso, 53% desses jovens pretendem aplicar recursos no médio prazo (de dois a cinco anos).

    "No estudo apareceu um tripé muito relevante, que gera uma reflexão importante. O jovem se vê de forma conservadora, tem alta expectativa de retorno num curto espaço de tempo. São variáveis que têm difícil combinação", analisa Ana Leoni, superintendente de educação da Anbima (associação das entidades do mercado).

    "O retorno demora mais tempo para ser atingido pelo fato de ser conservador. Alguma dessas variáveis precisa ser ajustada", diz.

    Para conciliar essas posições, é preciso pesquisa e disposição para encontrar bons produtos, avalia Thiago Alvarez, sócio-fundador do site de finanças pessoais GuiaBolso.

    "Retornos maiores estão geralmente associados a longo prazo", afirma. A juventude joga a favor, nesse caso: em caso de perdas, o jovem tem mais tempo para recuperar o patrimônio, condição que diminui conforme aumenta a idade do investidor.

    "Quando se pensa no futuro financeiro, precisa-se de duas coisas: tempo e dinheiro. Quanto mais você tiver uma, menos vai precisar da outra", diz Ana, da Anbima.

    Editoria de Arte/Folhapress
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    Outra dica para aumentar o retorno é diversificar as aplicações, o que também ajuda a diluir o risco. No entanto, 63% dos jovens entrevistados preferem deixar o dinheiro em apenas uma aplicação. Além disso, 80% acham difícil decidir como investir devido às muitas opções oferecidas no mercado.

    "O jovem que não conhece nada do mercado financeiro encontra uma sopa de letrinha. CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro), CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e por aí vai", diz Alvarez, do GuiaBolso.

    Aí entra a necessidade de orientação de um agente financeiro. "O gerente de banco pode ajudar nesse processo, nós temos trabalhado para fortalecer a figura desse profissional, para que ajude o investidor no processo de tomada de decisão", afirma Ana Leoni, da Anbima.

    No entanto, a pesquisa mostra que 33% não confiam nas recomendações de profissionais como gerentes de bancos ou consultores. Para Thiago Alvarez, isso acontece porque, muitas vezes, o cliente vai a uma agência e não consegue obter do profissional financeiro a melhor opção de investimento.

    "Por isso é importante pesquisar. Em sites você tem opções e consegue até fazer comparações", diz.

    A pesquisa foi feita com 296 alunos do campus Santo Amaro da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), em São Paulo. Eles se inscreveram para participar do curso on-line, que faz parte do programa de educação financeira "Como Investir em Você".

    A maioria dos estudantes que fizeram o curso tinha idade entre 20 e 30 anos.

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