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    OCDE diminui estimativa de crescimento do Brasil a 0,3% em 2014

    DA REUTERS

    15/09/2014 11h44

    A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) reduziu nesta segunda-feira (15) as expectativas de crescimento do Brasil para 2014. A entidade projeta agora expansão de 0,3% no PIB, contra 1,8% anunciado em maio.

    O anúncio ocorreu no mesmo dia em que o Boletim Focus do Banco Central –pesquisa feita com economistas de várias instituições financeiras e divulgado pelo Banco Central– baixou a previsão para o crescimento do PIB pela 16ª semana consecutiva.

    A uniformidade nas projeções de analistas brasileiros e estrangeiros reforça o momento desanimador do desempenho econômico do país. O país entrou em recessão técnica no primeiro semestre, com forte retração nos investimentos e na indústria. Além disso, a Copa do Mundo prejudicou a atividade econômica.

    Na quinta-feira (11), o IBGE divulgou que as vendas no varejo recuaram 1,1% em julho sobre o mês anterior. É o pior resultado desde outubro de 2008, quando houve o estouro da crise global.

    "O Brasil caiu em recessão no primeiro semestre. O investimento tem sido particularmente fraco, minado pelas incertezas sobre a direção da política após as eleições e a necessidade de que a política monetária controle a inflação acima da meta", destacou a OCDE em relatório.

    "Uma recuperação moderada pode ser esperada conforme esses fatores se desenrolam, mas a projeção é que o crescimento permaneça abaixo do potencial em 2015", indicou.

    Para a OCDE, a economia brasileira deve crescer 1,4% em 2015, ante 2,2% projetado no relatório de maio passado. As expectativas do boletim Focus são ainda mais baixas. A pesquisa do BC aponta expansão reduzida de 1,10% para 1,04%.

    Editoria de Arte/Folhapress

    PAÍSES DESENVOLVIDOS

    A OCDE pediu estímulo mais agressivo do Banco Central Europeu (BCE) para conter o risco de deflação na zona do euro.

    O posicionamento da entidade amplia a pressão sobre a autoridade monetária do continente, antes de reunião de ministros das Finanças e membros de bancos centrais do G20 nesta semana na Austrália.

    A organização acredita que o PIB da zona do euro deve aumentar apenas 0,8% em 2014, com elevação para 1,1% no próximo ano.

    As estimativas são uma diminuição significativa do anunciado em maio, quando a OCDE projetou alta de 1,2% para 2014 e de 1,7% para 2015.

    Em comparação, a OCDE vê a economia dos Estados Unidos crescendo 2,1% neste ano e acelerando para 3,1% em 2015. Em maio, a OCDE projetou expansão nos EUA de 2,6% em 2014 e 3,5% em 2015.

    OS EUA devem pressionar os países europeus na reunião do G20 para acelerar medidas para aumentar a demanda e o crescimento econômico frente ao risco de deflação, de acordo com uma autoridade do Tesouro norte-americano na sexta-feira (12).

    QUANTITATIVE EASING

    A OCDE informou que, embora a inflação da zona do euro –que atingiu a mínima de cinco anos em agosto, de 0,4%– deve fortalecer conforme a demanda se recupera, níveis perto de zero levantam o risco de deflação.

    "Dado o cenário de baixo crescimento e o risco de que a demanda pode ser mais afetada, ou mesmo se tornar negativa, a OCDE recomenda mais suporte monetário para a zona do euro", afirmou a organização.

    "Ações recentes do BCE são bem-vindas, mas mais medidas, incluindo quantitative easing [impressão de dinheiro para compra de ativos], são justificadas", completou.

    Recentemente, o BCE anunciou uma série de medida em um esforço para encorajar o empréstimo a empresas que precisam de crédito, mas evitou até o momento o quantitative easing adotado pelos Estados Unidos e Japão, que consiste de enorme compra de títulos governamentais e de outros tipos para reduzir o custo de empréstimo.

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