O Conselho de Administração da Oi aprovou a contratação de opção de compra de ações entre suas subsidiárias e a Portugal Telecom (PT). Esse é mais um passo dado pela empresa no seu processo de fusão com o grupo português, na sequência de um escândalo envolvendo a perda de cerca de € 900 milhões em investimentos feitos pela PT.
A proposta aprovada inclui a troca de ações da Oi detidas pela PT por títulos de investimentos feitos pela companhia estrangeira na Rio Forte, que pertence ao Grupo Espírito Santo (GES). A operação inclui papéis ordinários, que dão direito a voto, e preferenciais, que têm maior liquidez.
O investimento que é alvo da permuta soma € 897 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões) e está em calote após a holding da GES passar por dificuldades financeiras e pedir proteção contra credores à Justiça.
A perda do investimento na Rio Forte complicou as negociações entre a Oi e a PT para acordar a fusão. As companhias acertaram o negócio em novos termos, nos quais a holding da PT assume integralmente a dívida com a Rio Forte. Além disso, a PT aceitou reduz sua participação na Oi dos 37% originais para 25,6%.
Essas ações serão incorporadas pela CorpCo, empresa que será resultante da fusão entre os dois grupos e o preço de exercício da opção de compra será de R$ 1,8529 por ação preferencial da Oi e R$ 2,0104 por papel ordinário da empresa "e, conforme o caso, R$ 2,0104 por ação ordinária de emissão da Corpco", segundo a ata da reunião do conselho da Oi.
OPÇÃO DE COMPRA
A operação desta quarta também envolve a opção de compra dessas ações da Oi pela PT, que poderá ser exercida total ou parcialmente a qualquer tempo num prazo de seis anos de acordo com algumas condições.
O direito da PT de exercer a compra será reduzido ao longo do tempo, com seis amortizações anuais. A primeira será de 10% e as cinco restantes serão no percentual de 18% do número total de papéis que fazem parte da opção.
As ações da Oi tinham forte alta nesta quarta em meio a rumores sobre uma eventual oferta de compra da empresa pela Telecom Italia, controladora da TIM.
Procurada sobre o assunto, a Oi não comentou o assunto. A TIM, por sua vez, informou em comunicado ao mercado que Telecom Italia afirmou que não está em discussões para a compra da Oi.