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    Telefônica reforça competição com NET após compra da GVT

    DA REUTERS

    19/09/2014 19h27

    A Telefónica anunciou nesta sexta-feira (19) a compra da operadora GVT, então propriedade do grupo francês Vivendi, em um negócio avaliado em € 7,2 bilhões (cerca de US$ 9,3 bilhões). O negócio dará a companhia espanhola mais poder de competição no mercado de banda larga, liderado no Brasil pela NET, da mexicana América Móvil.

    De acordo com dados de julho da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a NET detém cerca de 30,4% do mercado de banda larga fixa do país, enquanto a Telefônica aparece em terceiro lugar, com 18,7%, seguida pela GVT, com 11,90%.

    Como as operações da Telefônica Brasil e da GVT não se sobrepõem intensamente, é possível somar as participações de Telefônica com GVT, afirmou um analista do setor que pediu para não ser identificado.

    A GVT tem forte atuação fora de São Paulo, Estado em que a Telefônica está presente com o serviço fixo.

    Com a GVT, a fatia da Telefônica Brasil na banda larga fixa deve passar para 30,6%, praticamente empatando com a participação da NET, disse o analista.

    Além de reforçar a presença do grupo espanhol em banda larga fixa no Brasil, o anúncio da compra da GVT resolve em parte preocupações de reguladores brasileiros sobre as participações diretas e indiretas detidas pelo grupo espanhol no mercado nacional de telecomunicações, disseram fontes do governo federal.

    O acordo está sujeito à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da Anatel.

    REGULADORES

    A operação em duas etapas deixará no final a Vivendi com uma participação de 7,4% na Telefônica Brasil, que atua no país sob a marca Vivo, e com fatia de 8,3% no capital votante da Telecom Italia, controladora da TIM.

    Esse ponto é visto com certa preocupação por reguladores brasileiros, ainda que o grupo francês fique com uma fatia minoritária na Vivo, destacou uma fonte do governo federal que acompanha o caso.

    Se por um lado a operação pode significar o atendimento de determinação feita ano passado pelo Cade, que mandou a Telefónica deixar a participação na Telecom Italia ou encontrar um sócio para a Vivo, por outro coloca a Vivendi na situação de ser sócia de duas operadoras que concorrem no mercado brasileiro.

    NOVO PROBLEMA

    "Em tese, a Telefónica resolve o problema dela, mas a preocupação passa a ser com a Vivendi, ainda que numa proporção menor", ressaltou a fonte, sublinhando que a situação da Telefónica era mais grave, já que ela é controladora da Vivo, com uma participação substancial na Telecom Italia.

    "Os órgãos responsáveis terão de analisar com calma, não é uma situação tão clara, ainda. Existe a preocupação, mas ainda não dá para falar em eventuais restrições (ao negócio)", indicou a fonte.

    Para a Telefônica Brasil, que é líder em telefonia móvel no país, o acordo vem num momento em que as empresas de telecomunicações buscam cada vez mais oferecer pacotes de celular e serviços de telefonia fixa, incluindo Internet banda larga e TV.

    A empresa estimou sinergias de pelo menos € 4,7 bilhões no Brasil com a compra da GVT.

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