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    Confira as doenças que mais dão afastamento no INSS

    JULIANO MOREIRA
    CRISTIANE GERCINA
    DO 'AGORA'

    23/09/2014 12h00

    Fraturas e problemas nas costas encabeçam a lista das doenças que mais dão afastamentos pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) na capital paulista.

    As informações foram obtidas pelo "Agora" por meio da Lei de Acesso à Informação. Só nos sete primeiros meses do ano, 73.894 auxílios-doença foram liberados nas agências da capital. No país, o INSS liberou mais de 1,4 milhão de benefícios do tipo. No Estado, foram 375.013.

    Um dado começa a preocupar: na capital, a depressão está entre os três principais problemas que acometem a saúde do trabalhador, evidenciando mudanças no padrão das concessões de benefícios por incapacidade. Na comparação, a doença é a nona maior causa de auxílio-doença no Estado de São Paulo e a 13ª no país.

    A fratura no punho e na mão é o problema mais comum entre os paulistas, enquanto o tumor no útero lidera a relação de afastamentos pelo INSS em todo o país.

    Segundo a Previdência Social, há alguns anos, o setor industrial registrava, proporcionalmente, mais acidentes.

    Mas, com a mudança no perfil econômico e com a melhoria e a informatização dos ambientes de trabalho, os acidentes típicos vêm baixando sua incidência.

    "Por outro lado, verificamos afastamentos prolongados por algumas doenças que são desencadeadas ou agravadas pelo trabalho. Ou seja, do ponto de vista relativo, enquanto há uma diminuição no número de acidentes típicos, há um aumento no número de afastamentos por doenças do trabalho", informa a pasta.

    A concessão do auxílio-doença do INSS depende de uma perícia do órgão. Nenhum segurado pode ir a uma agência pedindo um benefício do tipo. Ele deve, antes, marcar um agendamento de perícia para ser analisado por um médico.

    Esse perito é quem decidirá se há o direito ao auxílio ou não.

    MAIS AUXÍLIO

    Dados do Ministério da Previdência Social apontam que, entre 2000 e 2011, houve um crescimento de 163% na concessão do auxílio-doença, contra 124% do auxílio-doença acidentário, quando há acidente no ambiente
    profissional.

    O estudo levanta ainda o fato de que as doenças motivadas por fatores de riscos ergonômicos e a sobrecarga mental têm superado os traumáticos, como fraturas.

    Enquanto as primeiras alcançaram peso de 20,76% de todos os afastamentos no período, os acidentes respondem por 19,43%.

    Veja, abaixo, os principais motivos que geraram afastamento:

    *

    NO ESTADO DE SÃO PAULO

    POSIÇÃO PROBLEMA TOTAL DE BENEFÍCIOS CONCEDIDOS
    Fratura do punho e da mão 6.840
    Transtorno de discos intervertebrais (nas costas) 6.334
    Fratura dos dedos 5.984
    Lesões do ombro 5.461
    Tumor no útero 5.448
    Dor nas costas 5.442
    Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas 5.405
    Hérnia na virilha 5.228
    Depressão 5.091
    10º Transtornos internos dos joelhos 4.962
    11º Fratura da perna, incluindo tornozelo 4.814
    12º Fratura no punho 4.378
    13º Colelitíase (pedras na vesícula biliar) 4.343
    14º Fratura no pé 4.328
    15º Fratura na região da mão (metacarpo) 4.299
    16º Fratura na região do pé (metatarso) 4.297
    17º Dor lombar 4.278
    18º Varizes nas pernas 3.653
    19º Apendicite aguda 3.599
    20º Síndrome do manguito rotador (nos músculos que ligam ao ombro) 3.430

    NA CAPITAL PAULISTA

    POSIÇÃO PROBLEMA TOTAL DE BENEFÍCIOS CONCEDIDOS
    Transtorno de discos intervertebrais (nas costas) 1.601
    Fratura do punho e da mão 1.482
    Depressão 1.323
    Fratura da perna, incluindo tornozelo 1.206
    Fratura dos dedos 1.195
    Fratura na região do pé 1.137
    Tumor no útero 1.111
    Fratura no punho (extremidade distal do rádio) 1.099
    Fratura no pé 1.053
    10º Fratura na mão (metacarpo) 1.026
    11º Lesões no ombro 1.011
    12º Dor nas costas 931
    13º Transtornos internos dos joelhos 897
    14º Entorse e distensão do tornozelo 792
    15º Hérnia na virilha 763
    16º Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas 748
    17º Fratura do maléolo lateral (no lado externo do tornozelo) 706
    18º Varizes nas pernas 695
    19º Fratura do antebraço 664
    20º Câncer de mama 650

    NO BRASIL

    POSIÇÃO PROBLEMA TOTAL DE BENEFÍCIOS CONCEDIDOS
    Tumor no útero 26.730
    Dor lombar 23.557
    Dor nas costas 22.597
    Transtorno de discos intervertebrais (nas costas) 21.348
    Colelitíase (pedras na vesícula biliar) 21.072
    Hérnia na virilha 20.604
    Fratura do punho e da mão 19.539
    Transtornos internos dos joelhos 18.877
    Lesões do ombro 18.674
    10º Fratura no punho 17.334
    11º Fratura dos dedos 17.197
    12º Fratura da perna, incluindo tornozelo 16.147
    13º Depressão 16.017
    14º Fratura da clavícula 15.353
    15º Dor aguda na lombar que irradia para membros posteriores 14.975
    16º Apendicite aguda 14.326
    17º Fratura na região do pé (metatarso) 14.003
    18º Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas 13.541
    19º Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com radiculopatia o que é 13.326
    20º Varizes nas pernas sem úlcera ou inflamação 12.647

    *

    COMO GARANTIR O AUXÍLIO

    • Para ter direito ao auxíliodoença ou a qualquer outro benefício por incapacidade, o segurado precisa passar por uma perícia
    • Antes, é preciso agendar o atendimento em um dos canais do INSS:

    Pelo telefone

    • É preciso ligar no 135 e agendar o pedido
    • Será marcada uma perícia médica

    Pelo site

    • O segurado deve acessar www.inss.gov.br e escolher "Requerimento de auxílio-doença"

    *

    O QUE LEVAR NA PERÍCIA

    Laudo médico

    • O laudo deve detalhar o problema de saúde do segurado e como ele impede o trabalho
    • O ideal é que o laudo tenha também a CID (Classificação Internacional de Doenças)
    • Se for emitido por um profissional do SUS (Sistema Único de Saúde), será ainda melhor
    • Esse médico tem a chamada fé-pública, o que dá mais garantia ao documento

    Exames

    • Leve todas as radiografias, os ultrassons, as tomografias e os hemogramas
    • Os relatórios com os resultados devem estar anexados

    Receitas e atestados

    • Ajudam a mostrar a situação frágil do segurado

    *

    SE O INSS NEGAR O AUXÍLIO

    O segurado poderá fazer um pedido de reconsideração ou pedir para passar por uma nova perícia

    Reconsideração

    • Será preciso provar ao médico que existem novas provas de sua incapacidade
    • Esse pedido deve ser feito em até 30 dias após o segurado ser informado de que o auxílio foi negado nova perícia inicial
    • No pedido de novo benefício, o segurado pode levar os mesmos exames e laudos do primeiro
    • Ele passará por um novo exame e terá uma nova data de pedido inicial para a contagem dos atrasados

    Regras

    • Não é possível fazer os dois pedidos ao mesmo tempo
    • O segurado só poderá solicitar um novo auxílio-doença depois que sair o resultado da reconsideração

    Fontes: Lei de Acesso à Informação, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e Ministério da Previdência Social

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