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    Com apoio de cúpula, presidente do IBGE pretende ficar no cargo

    DO RIO

    23/09/2014 02h00

    O clima no IBGE continua tenso após os erros da Pnad, mas a avaliação é que o tom do governo "baixou" e que a presidente Wasmália Bivar não pretende se demitir.

    Internamente, a visão é que os erros eram evitáveis, mas foram rapidamente detectados e corrigidos –o que foi reconhecido pela presidente Dilma Rousseff.

    A expectativa é que nenhuma decisão sobre a saída de Bivar seja tomada até o resultado da comissão de investigação constituída pelo Ministério do Planejamento, que tem até 60 dias para sair.

    Bivar conta com o apoio da cúpula do órgão e de boa parte do corpo técnico.

    Pessoas próximas dizem que ela se orgulha de ser oriunda dos quadros da instituição e ter comandado a diretoria de Pesquisas (a mais importante do IBGE) antes de ser presidente do órgão. Além disso, "abandonar o barco" não é de sua personalidade, afirmam auxiliares.

    Eduardo Naddar
    Wasmália Bivar, presidente do IBGE; governo criou duas comissões para investigar erro
    Wasmália Bivar, presidente do IBGE; governo criou duas comissões para investigar erro

    Na sexta-feira, quando o IBGE divulgou o erro, a própria Wasmália se disse abatida e desconfortável, mas afirmou ser a "capitã" de um barco que não pode ser abandonado. Nesta segunda, ela não quis dar entrevista.

    Apesar de o IBGE afirmar que a greve não foi a causa do erro da Pnad, o fato é que a Coordenação de Trabalho e Rendimento, responsável pela pesquisa, foi a mais afetada pela paralisação. Técnicos da coordenação aderiam à greve, diferentemente de outras áreas, como as responsáveis por índice de inflação, PIB ou indústria.

    Numa mudança de postura, a Assibge (sindicato nacional dos servidores do IBGE) passou a responsabilizar, além da direção do IBGE, a ministra Miriam Belchior (Planejamento) e a presidente Dilma pelos erros.

    Segundo nota do sindicato, o governo obriga a instituição a "fazer mais com menos" tanto em recursos materiais como humanos.

    O governo, diz, é culpado pelo "estrangulamento" do órgão, ao manter seu orçamento "estagnado".

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