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    Mercado se mobiliza para queimar estoque de imóveis

    BIANCA ALVARENGA
    DE SÃO PAULO

    26/09/2014 02h00

    Os lançamentos e as vendas de imóveis acumulam números negativos neste ano em São Paulo.

    Segundo dados do Secovi-SP, o volume de compra de imóveis do primeiro semestre de 2014 está 48,3% menor do que no mesmo período do ano passado. Já os lançamentos encolheram 18,8% na mesma comparação.

    O reflexo do ritmo mais fraco de negócios e o principal causador da desaceleração dos lançamentos é a quantidade de imóveis em estoque.

    OPORTUNIDADES IMOBILIÁRIAS

    Ainda segundo o Secovi-SP, a capital soma 21.145 imóveis lançados e ainda não vendidos. No fim do ano passado, eram 19.692.

    As zonas leste e sul lideram na oferta e registram os maiores volumes de estoque –5.562 e 7.218 unidades, respectivamente.

    Os números mostram que até mesmo as regiões queridinhas da cidade estão sofrendo com o momento do mercado.

    "Este ano foi totalmente atípico. Praticamente emendamos o carnaval com a Copa do Mundo e agora temos as eleições", diz Fabio Sousa, diretor comercial da construtora Esser.

    Para tentar amenizar o problema, construtoras e imobiliárias estão adotando descontos, bônus e condições diferenciadas de financiamento para atrair compradores para estes móveis parados.

    "Se olharmos para os preços dos lançamentos e das unidades em estoque, existe uma sobra' para dar desconto. Faz parte do negócio", diz Celso Amaral, diretor da empresa de monitoramento imobiliário Geoimovel.

    A Esser fez, na primeira quinzena do mês, a primeira ação de descontos da história da empresa.

    Ofereceu ao consumidor 800 unidades de todos os seus 25 empreendimentos com até 40% de desconto e conseguiu vender 250 unidades, o equivalente a um terço de todo o volume de estoque que a construtora tinha.

    ZONA LESTE E ABC

    Entre os cinco empreendimentos que mais tiveram saída, três estão na zona Leste: um no Brás, um no Tatuapé e um na Vila Prudente.

    Outro empreendimento com destaque fica em Santo André, na região metropolitana de São Paulo.

    Todos eles ofereciam apartamentos que custavam menos de R$ 500.000.

    "O preço final é o que desperta o interesse do comprador. Com um bom preço, ele até aceita comprar um imóvel em uma região diferente da que gostaria", diz Sousa.

    Para a diretora comercial da imobiliária Lello, Roseli Hernandes, a mobilidade de compra está maior: "As pessoas vão se distanciando da região que queriam comprar até chegar em um lugar em que o preço caiba no bolso".

    A Lello promove uma ação de descontos até o final do mês. Cerca de 1.600 imóveis poderão ser comprados ou locados com até 30% de desconto.

    As queimas de unidades podem ajudar o setor a ensaiar alguma melhora.

    A lógica é que o número de vendas suba e o volume no estoque diminua.

    "Minha expectativa é que os números de estoque cheguem ao final do ano quase no mesmo patamar dos do fim do ano passado", afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

    "Tenho a impressão que vai ter uma absorção melhor no segundo semestre, até porque a oferta de imóveis já foi mais baixa neste ano."

    Ele diz, no entanto, que apesar dos descontos, os preços médios praticados no mercado não devem ceder.

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