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    Bolsa e dólar avançam com revisão do PIB dos EUA e incertezas eleitorais

    RENATO OSELAME
    DE SÃO PAULO

    26/09/2014 11h59

    A melhora em dados da economia norte-americana e as expectativas dos investidores brasileiros em relação às eleições presidenciais estão impulsionando a Bolsa e o dólar no pregão desta sexta-feira (26).

    Às 11h43, as ações ordinárias da Petrobras, que dão direito a voto, tinham avanço de 4,03% (a R$ 19,58 cada) e faziam o Ibovespa, principal índice da Bolsa, avançar 1,27%, aos 56.674 pontos. Já os papéis preferenciais da petroleira, que têm maior liquidez, subiam 3,88% a R$ 20,61.

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    Já a Vale, ainda impactada por problemas de oferta e demanda de minério de ferro na China, contribuía negativamente para o índice, com suas ações ordinárias caindo 0,62% a R$ 27,18 cada.

    Apesar do reforço nas intervenções diárias do Banco Central no câmbio, o dólar comercial, utilizado em negociações do comércio exterior, chegou a uma máxima de R$ 2,445 durante a manhã. Às 11h43, era cotado a R$ 2,433, em alta de 0,45%.

    Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, avançava 0,38% para R$ 2,430.

    A moeda americana se valoriza na esteira dos resultados da economia dos Estados Unidos no segundo trimestre. O Departamento do Comércio revisou nesta sexta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país para alta de 4,6% entre abril e junho, ante resultado anterior de 4,2%.

    "Essa visão de que a economia americana e seu crescimento estão ganhando força indica que o país pode estar preparado para iniciar um aperto monetário", afirma Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.

    O mercado financeiro especula sobre uma possível antecipação da alta dos juros nos Estados Unidos, o que deve ocorrer no primeiro semestre de 2015. Portanto, quando indicadores reforçam a tese de que a economia por lá vai bem, os investidores passam a comprar mais dólares e títulos da dívida americana, fazendo a divisa do país se valorizar.

    "Isso tem levado a uma forte pressão [no dólar] em termos globais. Não só em relação à moeda brasileira, mas aos emergentes de modo geral", diz Rosa.

    No Brasil, contudo, a valorização se fortalece em meio às incertezas do período eleitoral. Com a falta de previsibilidade na corrida ao Planalto, parte dos investidores deixa os ativos no país para comprar títulos da dívida norte-americana, que têm remuneração menor mas oferecem estabilidade.

    Para tentar frear o dólar, o Banco Central ofertou 4.000 contratos de swap cambial, que equivalem a venda futura de dólares, no valor de US$ 197,9 milhões. Além disso, o BC também rolou os contratos de 15 mil outros acordos do tipo, que somam US$ 739,8 milhões.

    MERCADO ACIONÁRIO

    O otimismo nos Estados Unidos também tem reflexo sobre a Bolsa de Valores por aqui, já que o país é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.

    Para o Rosa, da SulAmérica, esse é um dos fatores que estão fazendo o mercado acionário brasileiro abrir o dia em alta, apesar da Bolsa seguir influenciada pelas expectativas dos investidores em relação às pesquisas eleitorais.

    Nesse sentido, as ações da Petrobras, empresas estatais e bancos estão em alta, visto que a última pesquisa Vox Populi mostrou um acirramento da disputa eleitoral entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB).

    Apesar do estudo mostrar um cenário incerto, ele diverge da última pesquisa de opinião do instituto, na qual Dilma abriu vantagem de 18 pontos percentuais contra Marina no primeiro turno. Agora, a distância é de 13 pontos. Os investidores também aguardam a divulgação da próxima pesquisa Datafolha, marcada para esta sexta.

    A Petrobras tem sido especialmente sensível às flutuações na corrida eleitoral, já que parte dos investidores acredita que uma vitória da oposição significaria uma diminuição na intervenção do governo na empresa. Logo, quando Dilma cai nas pesquisas, os papeis da companhia se valorizam.

    Folhainvest

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