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    Cães e gatos ganham plano de saúde de até R$ 200

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    29/09/2014 02h00

    Empreendedores estão tentando convencer donos de cães e gatos a dedicar a mesma atenção que dão à saúde de sua família para seus animais de estimação.

    Para isso, oferecem planos de saúde para pets que partem de valores mensais próximos a R$ 30, para coberturas básicas que incluem consultas e vacinas, e podem chegar aos R$ 200 nas modalidades mais completas, conforme a idade e o porte do animal.

    O médico Fernando Leibel, 49, que atuou como executivo da operadora de planos de saúde Amil, investiu com seus sócios R$ 6 milhões na Health for Pet, que começou a operar há um mês em São Paulo.

    Tem até agora cerca de 500 clientes e uma rede credenciada de cerca de 80 veterinários, que também podem fazer atendimentos em domicílio.

    Davi Ribeiro/Folhapress
    O médico Fernando Leibel, fundador de uma empresa de planos de saúde para animais de estimação
    O médico Fernando Leibel, fundador de uma empresa de planos de saúde para animais de estimação

    "Vimos que cachorros e gatos estão mudando de posição dentro da família, sendo tratados quase como filhos. Ao mesmo tempo, os exames e tratamentos para eles são caros e, por isso, poucas pessoas podem gastar com prevenção para seus animais."

    Ele diz acreditar que, mesmo com os altos preços, a divisão dos custos entre todos os segurados do plano viabiliza a operação da empresa.

    Outra companhia do setor é a Healthlife, que tem cerca de mil clientes nas cidades de Santo André e São Bernardo (Grande São Paulo).

    Rute Almeida, 49, sócia da empresa, diz que trabalhar com um modelo novo no país traz desafios, principalmente na divulgação do serviço (hoje depende do boca a boca de clientes e veterinários credenciados), no esclarecimento de seu funcionamento e no estruturação de um produto financeiramente sustentável.

    Ela conta, por exemplo, que aumentou o período de carência exigido para que o plano pagasse partos. A ideia era evitar que donos de cadelas já prenhas contratassem o plano com o único propósito de ver os filhotes nascerem com cuidado veterinário.

    Nelo Marraccini Neto, vice-presidente do Instituto Pet Brasil, diz considerar que os planos para pets devem crescer nos próximos anos, seguindo tendência dos EUA e do Reino Unido.

    Segundo ele, os principais desafios de quem empreende na área são conseguir reconhecimento dos hospitais, veterinários e clientes e ter um sistema informatizado que dê conta de registrar todas as operações da empresa.

    Porém o consultor Jefferson Braga, da Petconsult, se diz cético sobre o potencial do setor no Brasil, pelo menos por enquanto.

    Segundo ele, a principal preocupação do brasileiro em relação aos animais de estimação está no cuidado estético, mais do que no bem-estar.

    "O grande desafio é cultural. Muitos donos ainda não fazem o básico, que é dar uma boa e correta alimentação, Acredito que elas vão ter menos interesse ainda em ter um gasto mensal com os animais", afirma.

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