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    Bancários param a partir desta terça

    CLAUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    30/09/2014 02h00

    Após recusarem nova proposta de reajuste dos bancos, os bancários confirmaram a decisão de greve a partir desta terça (30) em todo o país. No Brasil, são cerca de 500 mil bancários, sendo 142 mil em São Paulo e região.

    A paralisação já havia sido aprovada na última quinta (25) e foi referendada em assembleias realizadas na noite desta segunda-feira (29).

    De acordo com a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), 75 sindicatos do Distrito Federal e de 23 Estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima) aderiram à paralisação na manhã desta terça-feira.

    Procurados pela reportagem, a Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de SP anunciaram que devem divulgar balanços sobre a adesão durante a tarde desta terça-feira.

    No sábado, a federação dos bancos aumentou de 7% para 7,35% a oferta de correção salarial, o que inclui aumento real de 0,94%, em vez de 0,61% da primeira proposta.

    A categoria recusou o novo reajuste oferecido e quer 12,5%, o que inclui 5,8% acima da inflação medida pelo INPC (6,35% no acumulado em 12 meses), além de melhores condições de trabalho.

    Os bancos e o Procon de São Paulo recomendam ao consumidor que procure uma alternativa (internet, correspondentes bancários e outros meios) para pagar as contas porque a greve não pode ser usada como argumento para inviabilizar o pagamento.

    Em São Paulo, a paralisação deve atingir regiões como a avenida Paulista e o centro da cidade.

    "Categorias diversas têm obtido ganhos reais acima de 1%. O setor bancário tem lucro que permitem pagar mais", diz a presidente do sindicato da categoria em São Paulo, Juvandia Moreira.

    GANHOS REAIS

    Os bancários são uma das categorias profissionais em campanha em busca de reajuste acima da inflação. Metalúrgicos do Estado de São Paulo, ligados a CUT, Conlutas e Intersindical, entidades que representam 80 mil trabalhadores, também ameaçam paralisações em várias cidades a partir desta terça.

    Apesar de a economia estar mais fraca neste ano, as categorias têm conseguido obter ganhos acima da inflação, segundo o Dieese.

    Em nove acordos fechados entre julho e setembro o ganho real médio foi de 1,59% em negociações que incluem seis Estados. No primeiro semestre deste ano, balanço com 340 categorias, com data-base de janeiro a junho, mostrou que o ganho acima da inflação foi de 1,54%.

    Os 15 mil trabalhadores do setor de limpeza urbana da capital paulista fecharam acordo na última sexta e vão receber 9,5% de reajuste –incluindo 2,96% de ganho real. Os 500 mil comerciários da capital também fecharam acordos com ganhos reais. Para quem ganha acima do piso (R$ 1.000), a correção é de 8%, sendo 1,55% de aumento real. O acordo deve ser estendido a 1,5 milhão de comerciários do Estado.

    Editoria de Arte/Folhapress

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