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    Jovem da periferia é consumidor com maior peso no país

    CLAUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    30/09/2014 02h00

    Cerca de 24 milhões de brasileiros fazem parte do grupo de maior peso na população brasileira e um dos mais relevantes para o mercado de consumo.

    Os dados constam do estudo Mosaic Brasil, da Serasa Experian, que traça um perfil detalhado de 11 segmentos que compõem a sociedade do país (veja quadro).

    Chamado de "jovens da periferia", esse grupo é formado por 16,8% dos brasileiros (acima de 18 anos), na sua maioria entre 21 e 35 anos. Eles respondem por um quinto de todo o crédito ofertado pelo sistema financeiro.

    "Apesar desse segmento ter uma condição financeira ainda mais limitada, são jovens que tiveram mais acesso à educação, ascenderam e foram incluídos no mercado consumidor, influenciando o dia a dia de suas comunidades na condição de formadores de opinião", afirma Juliana Azuma, superintendente de serviços de marketing da Serasa Experian.

    Cartão de crédito, crediário e outras formas de empréstimo que permitem o parcelamento são os meios mais utilizados por esses jovens para terem acesso a bens de maior valor. "São grandes consumidores de vestuário, cosméticos e valorizam marcas como forma de inclusão social e demonstração de status na sociedade", diz.

    "NOVOS VELHOS"

    Com peso de 9,06% na população do país, o grupo "envelhecendo no século 21" também merece destaque no levantamento, de acordo com a Serasa. São aposentados de classe média, acima de 60 anos, que usufruem hoje de melhores condições de vida e, por essa razão, demandam serviços e produtos.

    Como o estudo Mosaic é feito em 29 países, é possível dizer que o grupo que integra a categoria de aposentados já tem representatividade no Brasil similar ao peso que têm em países como Reino Unido e Estados Unidos.

    A "massa trabalhadora urbana", grupo formado por 14,32% da população, é o terceiro de destaque no mapeamento de consumo da empresa. São homens e mulheres moradores de favelas do todo o país, com baixa escolaridade e carteira assinada, ocupando funções de baixa qualificação.

    "São conhecidos como batalhadores e almejam ascender socialmente", diz Azuma.

    O objetivo do estudo, afirma, é fornecer dados para empresas e gestores de políticas públicas desenvolverem produtos e serviços aos diferentes grupos que compõem a população.

    Para segmentar o mercado consumidor do país e agrupar os brasileiros que possuem características semelhantes, a Serasa considerou informações de 400 variáveis, que incluem dados de renda, estilo de vida, comportamento de consumo e financeiro e dados demográficos co Censo e da Pnad 2012.

    Como houve mudanças na metodologia e na composição das variáveis, o estudo de 2014 não permite comparações com o Mosaic 2009, quando a população havia sido dividida em dez grupos.

    Para José Luiz Rossi, presidente da Serasa Experian, a segmentação feita no novo estudo é relevante porque a sociedade não está dividida genericamente em classes sociais de A a D.

    Editoria de arte/Folhapress

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