Pouco mais de um mês após o início das vendas de livros impressos em português pela Amazon no Brasil, a varejista se destaca mais pelo desconto no frete que oferece aos clientes do que pelas ofertas.

Para testar a nova opção, a Folha pesquisou na sexta-feira (3) os preços dos cinco livros de negócios mais vendidos na categoria "Teoria e Análise", entre os dias 22 e 28 de setembro, comparando os valores do site da Amazon com os de outros dez vendedores.

Segundo os resultados, o site da Amazon Brasil ofereceu o melhor preço apenas para um dos cinco títulos impressos –e a diferença era de R$ 1 em relação ao que era cobrado por um dos concorrentes.

Pelo levantamento, era mais vantajoso comprar na Amazon o livro "Crash", do jornalista Alexandre Versignassi, em quinto lugar na lista dos mais vendidos (por R$ 18,90, R$ 1 a menos do que no site do Submarino).

Em primeiro lugar entre os mais vendidos na semana passada, "O Livro dos Negócios" era ofertado na Amazon por R$ 34,90, mesmo valor cobrado pela Fnac e acima do preço do Submarino, que oferecia a obra por R$ 32,90.

Na maioria dos casos, os preços eram tão próximos que a maior vantagem de se comprar na Amazon acabava sendo aproveitar o frete grátis oferecido pelo site, para todo o país, nas compras acima de R$ 69.

Além do frete mais vantajoso, a varejista oferece 16 mil títulos com a opção "leia enquanto enviamos", que permite que o cliente receba uma amostra digital do livro que acabou de comprar.

Na prática, porém, a não ser que o cliente ache o livro que procura com um desconto de ocasião, vale mais a pena comprar na Amazon se o valor de frete cobrado por outros sites deixar a fatura mais cara.

Em nota, a Amazon informa que se esforça para possibilitar que os brasileiros encontrem facilmente livros no formato que eles escolherem. "A oferta variada de livros, bem como o fácil acesso e os preços atraentes são, em nossa opinião, essenciais para alimentar a criatividade literária e a leitura."

Todos os varejistas consultados pela reportagem estão entre os vendedores que compõem o ranking de mais vendidos da coluna Cifras & Letras, publicada aos sábados em "Mercado", e entre alguns dos sites de compra virtual mais bem avaliados pelo consumidor, segundo o selo e-bit.

GIGANTE

A Amazon passou a vender impressos no Brasil no dia 21 de agosto, com uma promessa inicial de oferecer cerca de 150 mil títulos em seu catálogo.

Referência de consumidores de livros no exterior, pelos descontos que oferece em seu site, a empresa é também alvo de reclamações de editoras e autores.

No dia 10 de agosto, 990 escritores assinaram uma carta, publicada pelo "The New York Times", contra a empresa. A gigante do varejo é acusada de boicotar os autores da Editora Hachette, que não aceitou os descontos da Amazon para a venda de livros.

FRETE

Além da Amazon, entre os concorrentes pesquisados, a Fnac oferece frete grátis para quem fizer compras acima de R$ 69,90.

A Livraria Cultura dá frete grátis para compras acima de R$ 99, mesmo valor mínimo para a entrega sem cobrança na Saraiva, para os consumidores do Sul e do Sudeste; os do Centro-Oeste, Nordeste e Norte têm frete grátis para faturas acima de R$ 65.

A Argumento só faz entregas no Rio. A Livraria da Vila cobra pela entrega em São Paulo e em outros municípios –a taxa deve ser consultada.

A Livraria da Travessa dá frete grátis para entregas em Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e Vitória. A Livraria Curitiba oferece, nas compras acima de R$ 99,90, frete gratuito para os Estados do Sul e do Sudeste.

A Livraria da Folha informou que não oferece frete grátis no momento.

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• Os mais vendidos, de 22 a 28 de setembro, na categoria "Teoria e análise" *

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1º
O LIVRO DOS NEGÓCIOS
AUTORES Diversos
EDITORA Globo Livros

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2º
O FIM DO BRASIL
A CRISE ECONÔMICA, OS BASTIDORES DA
CENSURA, A PROTEÇÃO DO SEU PATRIMÔNIO
AUTOR Felipe Miranda
EDITORA Escrituras

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3º
O LIVRO DA ECONOMIA
AUTORES Diversos
EDITORA Globo Livros

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4º
RÁPIDO E DEVAGAR
AUTOR Daniel Kahneman
EDITORA Objetiva

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5º
CRASH
AUTOR Alexandre Versignassi
EDITORA LeYa

*consultas nos sites das varejistas e em unidades das lojas que não oferecem e-commerce. Fontes: empresas