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    Governo só vai rever meta fiscal depois das eleições

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    01/10/2014 02h00

    Apesar de já considerar inviável a meta de superavit primário de 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, o governo Dilma Rousseff só vai admitir oficialmente o descumprimento e indicar a nova promessa de economia de gastos após as eleições.

    Segundo um assessor presidencial, o debate eleitoral adiará decisões e medidas do governo na área fiscal. O receio do Planalto é que o tema se torne munição para a oposição atacar a política econômica da presidente.

    Após a campanha, contudo, a equipe de Dilma avalia que o governo terá de dizer que meta perseguir neste ano e o que fará para melhorar as contas públicas em 2015.

    Os dois movimentos, segundo assessores, são necessários para recuperar a credibilidade fiscal do governo e, assim, amenizar as turbulências no mercado esperadas se a presidente se reeleger.

    Os resultados do superávit primário –economia do setor público para pagamento de juros da dívida– são os piores desde 1998. Há quatro meses, as contas do Tesouro são deficitárias.

    Segundo a Folha apurou, o ajuste fiscal a ser prometido para 2015, na hipótese de reeleição da petista, será gradual. Um assessor diz que a orientação da presidente é não adotar medidas radicais, que pareçam com o arrocho que ela critica na campanha.

    A ideia é prometer um superávit primário em 2015 na casa dos 2% do PIB. A meta seria crescente, nos anos seguintes, condicionada ao crescimento da economia.

    Neste ano, a expectativa do governo para o superávit primário ainda é otimista, pouco acima de 1% do PIB, segundo assessores –patamar considerado inatingível por analistas de mercado.

    Para um assessor presidencial, o péssimo resultado fiscal se deve da desaceleração econômica e do ano eleitoral, no qual um corte maior no Orçamento ia se contrapor à linha defendida por Dilma.

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