A entrada de dólares do país superou a saída em US$ 3,51 bilhões no mês de setembro, até o dia 26, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira (1º).
A maior entrada de dólares nesse período aconteceu pelo canal financeiro - entraram do país US$ 2,60 bilhões a mais do que saíram.
Nessa conta estão investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos, investimento estrangeiro direito, entre outras operações.
O comércio exterior foi responsável por um saldo de US$ 960 milhões nesse período do mês.
Diante da alta do dólar, que tem se mantido acima de R$ 2,40, a entrada de recursos é um fator, em tese, favorável e desejado pelo Banco Central para um recuo na cotação da moeda.
Fatores internos e externos influenciaram a moeda americana em setembro. Aqui, o cenário eleitoral afetou a cotação do dólar, principalmente após ganhar força a possibilidade de vitória da presidente Dilma Rousseff, afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
"Houve uma questão eleitoral forte, que fez com que o mercado, para se proteger de eventuais problemas que possam ocorrer com a continuidade do governo, recorresse ao dólar", disse.
No exterior, a recuperação da economia americana -que subiu 4,6% no segundo trimestre do ano- causou a migração de investidores para o país.
Às 13h, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,95%, a R$ 2,477, maior patamar desde 8 de dezembro de 2008. O dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 1,18%, a R$ 2,478, no mesmo horário, também no maior nível desde 8 de dezembro de 2008.
Em agosto, o saldo da entrada de dólares foi negativo em US$ 3,056 bilhões.
No acumulado do ano - de janeiro ao dia 26 de setembro-, o superavit do fluxo cambial está em US$ 2,86 bilhões.