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    Bolsa pode cair mais 15% caso Dilma vença, diz enquete com gestores

    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    02/10/2014 17h17

    A depender do resultado nas urnas, o preço das ações das empresas na Bolsa de Valores deve mudar.

    Pesquisa feita pela maior corretora do país, a XP Investimentos, com 80 gestores de recursos privados, de fundos de investimentos e de recursos administrados por bancos, mostra que a maioria prevê que a Bolsa deve cair mais, caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja reeleita.

    A enquete foi feita nesta semana, após as pesquisas eleitorais mostrarem que Dilma se consolidou como favorita nas eleições. Segundo o último Datafolha, divulgado nesta quinta-feira (2), Dilma aparece com 40% das intenções de voto, seguida por Marina Silva (PSB), com 24% e Aécio Neves (PSDB), com 21%.

    Para 90% dos gestores de investimentos entrevistados pela XP, caso Dilma vença, a Bolsa deve se desvalorizar em relação ao nível atual -ao redor dos 53.000 pontos.

    Segundo a enquete, 84% acreditam que o Ibovespa (índice que reúne as 69 empresas com ações mais negociadas) deverá se situar entre 40.000 e 50.000 pontos. A maior parte, diz a pesquisa, espera que o índice vá a 44.800. Isso representaria uma queda de 15% em relação ao atual patamar.

    A enquete perguntou quais seriam os três setores cujas as ações de empresas seriam mais prejudicadas. Mais de 28% disseram que o mais afetado seria o setor de petróleo e gás. A Petrobras é a segunda principal empresa que compõe o Ibovespa -representa 7% do índice.

    Analistas criticam a política do governo com a Petrobras. Afirmam que a empresa está sendo usada para moderar a inflação -represando o preço da gasolina- e para incentivar a indústria brasileira -via política de conteúdo local. Ambas as iniciativas afetam o desempenho da companhia, reduzem seu lucro e os ganhos de detentores de suas ações.

    Os demais setores afetados seriam o financeiro (17%) e o de serviços de utilidade pública (11%), como saneamento e energia elétrica.

    Por outro lado, os setores de educação (23%), papel e celulose (14%) e de carnes (10%) seriam beneficiados sob um segundo mandato de Dilma. Os dois últimos poderiam ter resultados mais positivos com a alta do dólar, dado que têm receitas relevantes com exportações.

    COM MARINA, BOLSA SUBIRIA

    A enquete da XP Investimentos perguntou também qual seria o efeito sobre a Bolsa de Valores caso Marina Silva vença. Para 96%, o Ibovespa deve se valorizar em relação ao nível atual. Para 68%, o Ibovespa poderia subir para o intervalo entre 60.000 e 70.000 pontos.

    A pesquisa informa que o valor mais provável é de 63.200, o que representaria uma alta de 19% ante o atual patamar.

    Os três setores mais beneficiados por uma vitória de Marina, na opinião dos gestores, seriam o financeiro (26%), petróleo e gás (24%) e elétrico (8%).

    Já entre os três setores que mais perderiam com uma vitória da candidata do PSB, estariam os segmentos considerados mais ambientalmente sensíveis. Em primeiro, aparece mineração (19%), papel e celulose (15%) e siderúrgico (14%).

    Analistas ouvidos pela Folha afirmam que os atuais preços na Bolsa indicam uma probabilidade maior de vitória de Dilma. Investidores estão antecipando parte desse movimento esperado e estão vendendo ações, provocando a desvalorização do Ibovespa.

    Desde o início de setembro, o Ibovespa recuou 12%, de 61.141 pontos para 53.518.

    Segundo a XP, os preços atuais refletem uma probabilidade de vitória de Dilma de 57%.

    Na enquete, não há perguntas sobre o cenário em uma possível vitória de Aécio Neves (PSDB).

    Folhainvest

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