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    Donos de 'food trucks' questionam os benefícios de trabalhar nas ruas

    ALINE OLIVEIRA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    05/10/2014 02h39

    Os "food trucks" (caminhões para venda de comida) ainda aguardam autorização para funcionarem nas ruas de São Paulo e empresários estão avaliando se vale a pena estacionar nesses locais –para alguns, é melhor permanecer em estacionamentos e eventos fechados, onde eles já podem atuar.

    A venda de comida nas ruas de São Paulo foi regulamentada em maio, mas a prefeitura ainda não liberou nenhum TPU (termo de permissão de uso) para esses caminhões. De acordo com a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, há 300 propostas a serem analisadas.

    Davi Ribeiro/Folhapress
    Guilherme Alves, que criou caminhão para vender massas em São Paulo e está na fila para poder oferecer comida na rua
    Guilherme Alves, que criou caminhão para vender massas em São Paulo e está na fila para poder oferecer comida na rua

    Um desses pedidos é o do "food truck" Holy Pasta. "Estamos na fila. Enquanto esperamos, fazemos parcerias com lojas para pararmos o caminhão em estacionamentos particulares", diz o proprietário Guilherme Alves.

    Muitos têm adotado essa estratégia para trabalhar. Outros nem quiseram entrar na disputa por uma TPU. É o caso dos sócios Fernando Mainardi e Maurício Bicudo, que inauguraram, em setembro, o Hot D.O.C. "A legislação do jeito que está não nos favorece. Nossa tática é atuar em food parks' e eventos fechados", diz Bicudo.

    O principal ponto de discordância são os locais de parada. As subprefeituras de cada região da cidade listaram em quais lugares os caminhões poderiam ficar. Mas, para a Associação de Comida de Rua, o dono do caminhão é quem deveria escolher o local e, então, submeter o ponto à avaliação.

    Outra questão apontada pela classe é que os carros deveriam ter autorização para circular pela cidade, sem estacionar em locais deliberados, como prevê a regulamentação da lei.

    Tal determinação, segundo eles, diminui a lucratividade do negócio. "A gente tem roda é para rodar", afirma o dono do Holy Pasta.

    "Nós não estamos trabalhando com um padrão de alimento de consumo contínuo. Não adianta querer vender cuscuz marroquino de segunda à sexta, no mesmo lugar, para o mesmo cliente", argumenta o vice-presidente da associação, Celso Oliveira.

    Mesmo assim, empresários dizem que o setor vale a pena por causa dos custos envolvidos. Bicudo diz que foram investidos R$ 120 mil na montagem do caminhão.

    "Se tivéssemos optado por abrir um restaurante, teríamos gasto, no mínimo, o dobro", afirma. Os preços para montar um caminhão variam de R$ 60 mil a R$ 300 mil.

    CUSTO FIXO

    "Outro fator que explica o boom dos trucks' é o fato de o empresário estar livre dos aluguéis de imóveis, que aumentaram muito nos últimos anos", explica Karyna Muniz, consultora do Sebrae-SP.

    Nos chamados "food parks", que são locais que abrigam esses caminhões, paga-se uma taxa para ficar. "Os preços variam de R$ 300 a R$ 500 por dia", conta Caio Augusto de Sá, proprietário do Panela na Rua, um desses estacionamentos.

    A lotação máxima é de 12 desses veículos e há um rodízio. "A gente gosta de dar oportunidade para novos trucks'", diz o empresário.

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