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    BC dos Estados Unidos diz que alta de juros não é imediata

    GIULIANA VALLONE
    DE NOVA YORK

    08/10/2014 15h43

    O Fed (Federal Reserve), banco central dos EUA, continua preocupado em não dar indícios de que pode iniciar um aumento da taxa de juros norte-americana em breve, mostra a ata da última reunião do Fomc, o comitê de política monetária, divulgada nesta quarta-feira (8).

    Após o encontro, em setembro, o BC americano afirmou que pretende manter por "tempo considerável" a taxa no patamar atual, entre zero e 0,25% desde dezembro de 2008.

    A ata mostra, no entanto, que alguns dos membros do comitê demonstraram a preocupação de que o termo "tempo considerável" poderia sinalizar um compromisso, e não uma decisão que ainda depende da evolução dos dados econômicos.

    No documento, o Fed ressaltou que a estratégia atual para a taxa de juros é dependente de dados e que o primeiro aumento na taxa não ocorrerá "mecanicamente" em alguma data fixada após o fim do programa de compra de títulos pelo governo.

    Atualmente, os EUA gastam US$ 15 bilhões em compras de títulos e a previsão é que o programa acabe neste mês.

    Os dados em que o Fed se concentra no monitoramento da economia são a evolução do emprego e da inflação.

    Na ata, a autoridade monetária afirmou que "as condições do mercado de trabalho melhoraram um pouco mais; apesar disso, a taxa de emprego teve apenas uma pequena mudança".

    "Muitos membros julgam que há ainda uma subutilização significativa dos recursos de trabalho", disse o texto.

    Além disso, o comitê ressaltou que a inflação continua distante da meta de 2% ao ano estabelecida pelo Fed.

    RENDA E EMPREGO

    Desde a última reunião, que aconteceu nos dias 16 e 17 de setembro, as tendências de melhora no emprego e inflação baixa se intensificaram.

    Na última sexta-feira, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que a taxa de desemprego no país caiu para 5,9% em setembro, a menor desde julho de 2008.

    Apesar disso, os dados mostraram que os salários dos trabalhadores permaneceram praticamente estáveis.

    O aumento na renda é importante para consolidar a retomada da economia, pois aumentaria os gastos dos consumidores e, consequentemente, também poderia contribuir para um aumento de preços.

    "As taxas de juros vão permanecer estáveis por um tempo considerável, especialmente se a projeção de inflação continuar abaixo da meta de longo prazo do comitê", afirmou ainda a ata.

    DÓLAR

    O Fed citou ainda uma preocupação dos membros do comitê monetário com a apreciação do dólar, "especialmente em comparação ao euro, o iene [Japão] e a libra esterlina [Reino Unido]".

    De acordo com o documento, a desaceleração persistente da economia e da inflação na zona do euro pode levar a uma apreciação maior do dólar e ter efeitos adversos no setor externo norte-americano.

    Além da zona do euro, o texto citou dados que mostram desaceleração na atividade na China e no Japão.

    "A inflação doméstica pode ser mantida em baixa pela persistente deflação entre os parceiros comerciais dos Estados Unidos e uma apreciação maior do dólar", disse o documento.

    A próxima reunião do Fed acontece nos dias 28 e 29 de outubro.

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