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    Construtora passa a aceitar moeda virtual na compra de imóvel

    JOANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    09/10/2014 02h00

    Ainda pouco usada no Brasil, a moeda virtual bitcoin chegou ao mercado imobiliário, com a incorporadora Tecnisa, que passou a aceitá-la a partir desta semana.

    Por enquanto, a empresa diz que a moeda digital só será aceita para o pagamento da primeira parcela da entrada, limitado a R$ 100 mil, volume que segundo a própria Tecnisa não deve ser alcançado tão cedo.

    O interesse da incorporadora é mais acompanhar as tecnologias, segundo seu diretor de marketing, Romeo Busarello. "Não pretendemos já sair vendendo cem apartamentos com bitcoin. Mas, em alguns anos, a moeda deve ganhar liquidez. Por enquanto, se alguém trouxer um bitcoin, que está valendo em torno de R$ 1.000, aceitamos."

    A incorporadora, que realiza reuniões mensais com start-ups para identificar focos de inovação, já ofereceu experimentação de Google Glass em estande de vendas e criou um projeto para filmar obras com drones, entre outras ações.

    Busarello admite que nem tudo vai adiante, como o Second Life, rede social que virou moda anos atrás.

    "Quando começamos a vender na internet, em 2001, muita gente não acreditou. Hoje, 43% do nosso faturamento vem de venda on-line."

    A estratégia serve de marketing, segundo João da Rocha Lima Jr., professor da Politécnica da USP.

    A reportagem consultou dez incorporadoras e construtoras, mas nenhuma aceita bitcoins. O Secovi (sindicato do setor) diz desconhecer ações semelhantes no meio.

    Flavio Pripas, CEO da Bitinvest, que processa pagamentos em bitcoin, diz que atualmente a moeda tem sido mais usada em cerca de 70 estabelecimentos no país, como academias, bares e lanchonetes.

    "Já vi compra de carro e casa nos EUA, mas esse uso para bens de maior valor ainda é raro até fora do Brasil."

    Segundo Pripas, o movimento diário de bitcoins no Brasil varia de R$ 500 mil a R$ 1 milhão, sendo 80% para transações de investimento e só 20% para a compra de produtos e serviços.

    "Tem gente comprando para investir, com a perspectiva de que vai render no futuro. Levar para o mercado imobiliário é pioneiro por isso."

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