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    Calor intenso ameaça lavouras de café e cana em São Paulo e Minas Gerais

    DA REUTERS

    13/10/2014 16h19

    As lavouras de café e cana-de-açúcar no Brasil serão afetadas pelas altas temperaturas e a falta de chuva nesta semana, de acordo com os meteorologistas.

    A umidade consistente ao longo dos próximos seis meses vai definir o tamanho das colheitas previstas para começarem, em sua maioria, no segundo trimestre de 2015.

    Uma seca severa no início de 2014 dizimou a produção de café e açúcar no Brasil. As precipitações também têm sido menores do que o normal no período mais seco, de abril a outubro, com áreas importantes de cultivos recebendo metade da umidade normal ao longo dos meses.

    "Em São Paulo e Minas Gerais, o tempo segue muito quente e sem nenhuma previsão para chuvas tanto para essa segunda-feira quanto para toda a semana", disse o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, da Somar.

    Edson Silva/Folhapress
    Estiagem e calor ameaçam a produção da cana-de-açúcar em São Paulo e Minas Gerais
    Estiagem e calor ameaçam a produção da cana-de-açúcar em São Paulo e Minas Gerais

    De acordo com o instituto, as temperaturas vão ultrapassar 34°C em toda a região de cana e café, e chuvas são improváveis.

    "Lavouras de café, cana de açúcar, laranja e demais culturas serão fortemente prejudicadas, havendo fortes quebras no potencial produtivo dessas lavouras", acrescentou.

    A Somar e outros institutos de meteorologia esperam que as precipitações mais fortes e generalizadas retornem somente depois de 23 de outubro, quando uma massa de ar seco sobre o Sudeste do Brasil será rompida. Isso permitirá que as frentes frias tragam umidade em uma região fundamental para a cana, café e laranja.

    Um modelo de previsão estendida utilizado pelo serviço de meteorologia agrícola americano CWG (Commodity Weather Group) mostrou chuvas de normais a acima da média de retornando à região cafeeira do Brasil em 11 a 15 dias.

    Em um boletim nesta segunda-feira (13), o CWG destacou que o retorno de águas tropicais mais quentes no Oceano Pacífico, na costa do Peru, ainda pode gerar um El Niño com padrões climáticos suaves, que tendem a promover chuvas no cinturão do café do Brasil.

    "Estamos oscilando em torno do limite, por isso, se as condições levarem eventualmente a um fraco El Niño, isso significa condições mais úmidas para as regiões cafeeiras do Brasil", afirmou o meteorologista da CWG David Streit.

    Quanto mais cedo as chuvas ocorrerem, melhor será para a produtividade das culturas.

    FLORAÇÃO

    O CNC (Conselho Nacional do Café) confirmou que algumas floradas ocorreram nas regiões produtoras em setembro e outubro. Porém, mais umidade é necessária para as flores se desenvolverem em frutos no próximo ano.

    Meteorologistas da MDA ressaltaram nesta segunda-feira que a seca no cinturão do café fez com que algumas floradas abortassem.

    Os pés de café normalmente entram em floração após o início das chuvas. A maior parte da região do café não tem flor ainda.

    O presidente do CNC, Silas Brasileiro, disse anteriormente que a safra 2015 de café do Brasil poderia cair abaixo de 40 milhões de sacas de 60 kg. Se isso acontecer, ela será a menor safra do país desde 2009.

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