O cenário para as commodities é de um derretimento de preços, quando comparados os valores atuais com os praticados há um ano.

As causas são a estimativa de uma supersafra mundial de grãos e de uma financeirização do mercado, devido ao fortalecimento do dólar.

Embora com alta já em ritmo menor do que há algumas semanas, o dólar tira os investidores das commodities, não apenas dos grãos, mas também de ouro, prata e petróleo. Essa saída dos investidores provoca a queda dos preços.

A pressão do câmbio pode até mudar, e a moeda deixar de pressionar para baixo as cotações. A supersafra de grãos e a demanda menor por commodities minerais -se confirmadas- vão continuar empurrando os preços das commodities para baixo.

Esse cenário é ruim tanto para a balança comercial brasileira do próximo ano como para o bolso dos produtores. Os bons preços externos das commodities vinham sustentando o saldo da balança comercial e elevando a renda dos produtores.

Mas, quando se trata de cenário agrícola, tudo pode acontecer. Quando se esperava um clima perfeito no Meio-Oeste dos EUA, veio a chuva nas últimas semanas com intensidade forte. Já no Brasil, a safra sofre os efeitos da seca.

Esse filme já ocorreu em 2012, quando tudo apontava para uma safra mundial recorde, mas a seca nos EUA levou o mundo a um dos menores estoques de grãos das últimas décadas, promovendo esse ciclo de alta que, tudo indica, está terminando.

	Jason Reed/Reuters
	Operário em refinaria da australiana Caltex, em Kurnell; preço do petróleo voltou a cair