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    Ganhos extras de fim de ano permitem fazer faxina nas dívidas

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    20/10/2014 02h00

    Começou o período de tensão orçamentária. O comércio tenta convencer os brasileiros a gastar mais para as festas de final de ano, as escolas já cobram matrículas e o governo espera pelo pagamento de impostos -IPVA (veículos) e IPTU (predial).

    É hora de uma faxina geral nas finanças para evitar que o ano que vem seja amargo.

    Ou para que você descubra que existirá espaço para usar parte dos ganhos extras comuns desta época -o 13º salário, comissões e até a restituição do Imposto de Renda- em presentes de Natal. Ou na compra "daquele" pacote de viagem, caso saia em férias.

    "O ideal é já provisionar parte desses rendimentos extras para os gastos de início de ano", diz a planejadora financeira Angela Azevedo.

    Mas só a faxina apontará as alternativas. Essa tarefa é fundamental para quem tem dívida, especialmente as parceladas com incidência de juros. O primeiro passo é um raio-X de suas finanças. Levante quanto tem no caixa. Depois, detalhe suas dívidas.

    Como o pagamento das despesas fixas, particularmente os impostos, é inadiável, a recomendação dos consultores é tentar quitá-los à vista. "Ao pagar tudo de uma vez, há a possibilidade de conseguir desconto", diz Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Corretora.

    Segundo ele, as pessoas se acostumaram a parcelar esses tributos, mas há um custo na operação. "E nenhuma aplicação rende, no curto prazo, o desconto oferecido."

    Em São Paulo, o IPVA à vista tem desconto de 3%. A poupança, por exemplo, rende 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial), bem abaixo desse percentual.

    RENEGOCIAR
    Essa seria uma forma de manter mais recursos no caixa no longo prazo. Outra seria renegociar dívidas ou quitá-las. "Dê a si mesmo de presente o fim das dívidas", diz Thiago Alvarez, sócio-fundador do GuiaBolso, site de finanças pessoais. "O que faz sentido nesta época é aproveitar a renda extra e quitar parcelamentos."

    Quem tem mais de uma dívida deve priorizar aquelas com juros maiores, como cheque especial e cartão.

    "Os juros do rotativo do cartão de crédito giram em torno de 10% ao mês. Se o consumidor não conseguir pagar mais que o mínimo do cartão, nunca mais sairá da dívida", diz Angela Azevedo.

    Se não for possível quitá-las de uma só vez, a recomendação é tomar um crédito com juros menores para pagá-las, como o empréstimo pessoal ou o consignado.

    "Quem tem esse tipo de dívida precisa tapar o buraco rapidamente. E isso justifica sacrificar coisas a que as pessoas dão importância, como a festa de Natal", diz o consultor André Massaro.

    Se a faxina financeira for bem-feita, pode ser que sobre dinheiro. Mas os consultores alertam: tente manter uma parte da sobra para começar uma reserva, reforçada ao longo dos meses para o pagamento dos impostos do ano seguinte. Se isso ocorrer, aí, sim, o Natal poderá ser farto.

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