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    'Empréstimo' derruba Oi e Portugal Telecom

    DE SÃO PAULO

    21/10/2014 02h00

    As ações da Oi e da Portugal Telecom (PT), que seguem em processo de fusão, registraram forte queda nesta segunda (20) após a recusa do pedido de recuperação judicial da Espírito Santo International e da Rio Forte pelo Tribunal de Luxemburgo na sexta.

    Com a negativa, as duas empresas devem entrar em falência, e seus bens, vendidos para pagar dívidas.

    A principal dívida da Rio Forte é com a PT. No início deste ano, a operadora "emprestou" € 897 milhões à companhia, braço não financeiro do Grupo Espírito Santo, sócio da PT com 10% de participação.

    Agora, com a possibilidade de falência da Rio Forte, existe o corre o risco de que essa dívida não seja paga e, assim, aumentam as chances de que a fatia dos portugueses na Oi fique menor do que a previamente negociada.

    A incerteza levou as ações da PT na Bolsa de Lisboa a uma queda de 20% ao longo desta segunda, mas terminaram em baixa de 10%, cotadas a € 1,09.

    Na BM&FBovespa, as ações com voto da Oi tiveram baixa de 6,8%, cotadas a R$ 1,22. As preferenciais sofreram queda de 5,6%, negociadas a R$ 1,18.

    Resultado: PT e Oi juntas passaram a valer R$ 13,1 bilhões, praticamente o que foi levantado no mercado em abril, quando ocorreu um aumento de capital para a entrada da PT na Oi.

    Em comunicado, a Oi informou que a eventual falência da Rio Forte "não terá nenhum impacto" na fusão entre as companhias.

    As empresas reiteram que mantêm os compromissos já assumidos com o mercado e que a migração para o Novo Mercado (segmento com regras mais rígidas), quando haverá somente um tipo de papel a ser negociado, ocorrerá no próximo trimestre.

    ANTECEDENTES

    O "empréstimo" da PT à Rio Forte, braço não financeiro do Grupo Espírito Santo, sócio da operadora portuguesa, foi feito em fevereiro, às vésperas da fusão e à revelia dos sócios brasileiros e demais sócios portugueses.

    A descoberta dessa operação derrubou o presidente da PT, Henrique Granadeiro, o diretor financeiro da PT, Luís Pacheco de Melo, e o presidente da Oi, Zeinal Bava.

    Após negociações, os sócios decidiram converter a dívida da Rio Forte em ações da Oi que ficarão na tesouraria (fora de circulação). Para isso, a participação da PT no negócio foi reduzida de 37% para 21%, considerando o capital total.

    À medida que esse "empréstimo" for sendo pago pela Portugal Telecom, será possível recomprar essas ações e recuperar, aos poucos, a participação de 37%. Esse recompra deve seguir um cronograma já definido.

    A Comissão de Valores Mobiliários ainda precisa dar aval para essa operação.

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