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    Eneva, ex-MPX, consegue negociar perdão temporário de dívidas

    DO RIO

    21/10/2014 19h10

    A Eneva, ex-MPX, geradora de energia criada pelo empresário Eike Batista e hoje controlada pela alemã E.ON, conseguiu negociar com fornecedores um perdão temporário para pagamento de suas dívidas. A empresa está livre, até 21 de novembro, de pagar juros e amortizações de financiamentos obtidos com instituições financeiras que vencerem no período.

    O comunicado que a empresa enviou ao mercado informa que a medida está em vigor desde 26 de setembro e que o objetivo é a "preservação de caixa da Eneva e suas controladas, bem como possibilita dar sequência ao plano de estabilização da companhia".

    Entre os credores que concordaram em suspender temporariamente a cobrança estão o BNDES, o banco BTG Pactual, o Citibank, o HSBC Bank Brasil e o Itaú Unibanco. No mesmo dia em que deram o alívio, liberaram um empréstimo de R$ 300 milhões à companhia.

    Segundo a coluna "Radar", da revista Veja, a Eneva estuda entrar em recuperação judicial, a exemplo de outras companhias criadas por Eike Batista –ex-OGX, OSX e MMX. A companhia informou que não vai comentar a informação.

    APORTES

    A Eneva recebeu, ao longo do ano, aportes totais de R$ 882,7 milhões nos últimos meses, dos quais R$ 528 milhões dos alemães, conforme previsto em um plano de reestruturação de dívida lançado em maio passado.

    A primeira etapa previa um aumento de capital de até R$ 316 milhões, sendo que a E.ON aportaria R$ 120 milhões, mediante a compra de novas ações.

    Esta etapa, concluída em outubro, resultou em uma captação menor do que o teto previsto, de R$ 174,7 milhões. A E.ON participou com os R$ 120 milhões previstos.

    Será realizado um novo aumento de capital, em data ainda não definida, no valor de até R$ 1,33 bilhões.

    Outros R$ 408 milhões entraram no caixa com a compra, pela E.ON, de 50% da usina de Pecém 2.

    Em julho, a dívida líquida da empresa era R$ 4,9 bilhões. A empresa informou já ter negociado R$ 3 bilhões, que era correspondente ao endividamento de curto prazo. A companhia não informou, porém, quanto foi quitado e quanto teve o vencimento prorrogado.

    BALANÇO

    No ano passado, a Eneva registrou prejuízo de R$ 942,5 milhões, 116,5% maior do que em 2012, de R$ 435,2 milhões.

    No primeiro semestre do ano, a empresa fechou com prejuízo de R$ 184 milhões, ante perda de R$ 484 milhões no primeiro semestre de 2013. A receita no período cresceu 82%, de R$ 591 milhões para R$ 1,076 bilhão, resultante do aumento da capacidade instalada e de maior eficiência das usinas, informou a empresa.

    A Eneva está operando perto da capacidade total, devido à estiagem e à seca nos reservatórios, o que também contribuiu para o crescimento da receita da companhia no ano.

    Com a emissão de ações este ano, a E.ON passou a deter 42,9% do capital da Eneva. Eike Batista tem outros 20%.

    A empresa alemã havia se tornado o maior acionista da companhia em março de 2013, quando tinha pago R$ 1,5 bilhão por 24,5% das ações, ampliando sua participação, na ocasião, para 36,2%.

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