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    Bolsa tem baixa e dólar bate R$ 2,50 à espera de pesquisas eleitorais

    DE SÃO PAULO

    23/10/2014 10h34

    Os investidores adotam cautela em seus negócios nesta quinta-feira (23), levando a Bolsa brasileira a operar em baixa e o dólar a superar R$ 2,50 antes da divulgação das pesquisas eleitorais do Datafolha e do Ibope, previstas para esta noite.

    Às 14h49, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, caía 3%, a 50.836 pontos, no quarto dia seguido de desvalorização da Bolsa local. Das 70 ações negociadas, 58 caíam, 11 subiam e uma se mantinha inalterada nesse horário.

    Já no mercado cambial, o dólar opera supera os R$ 2,50 nesta quinta-feira. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 1,14%, a R$ 2,512, às 14h50. O dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha alta de 1,20%, a R$ 2,510, no mesmo horário.

    "Até domingo o dólar vai ter essa volatilidade acentuada, inclusive no próprio dia. A moeda tem oscilado dentro de uma banda de quatro ou cinco centavos durante o dia", afirma Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora.

    Segundo ele, a indefinição eleitoral é o principal motivo para essa valorização do dólar. "Essa alta é por causa especificamente de especulação sobre cenário político, e deixa de lado qualquer análise fundamental de economia. O preço técnico do dólar, por causa do cenário econômico ruim, é entre R$ 2,30 e R$ 2,35. Acima disso é especulação", avalia.

    A vitória da oposição, embora ajude a aliviar a cotação da moeda, não deve fazer o dólar operar abaixo do patamar de R$ 2,30, destaca. No entanto, uma reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) poderia aumentar a aversão ao risco dos investidores e fazer o dólar atingir R$ 2,70, complementa o especialista.

    "Aí seria necessário ver até onde o Banco Central deixaria o dólar chegar. O BC ainda não entrou no mercado à vista [ou seja, vendeu dólares para baixar o preço da moeda], mas poderia entrar e derrubar a cotação. Ele tem que levar em conta a inflação e o endividamento da União antes de intervir", afirma Bergallo.

    No entanto, a alta da moeda em caso de reeleição de Dilma seria momentânea, completa. "Não é impossível que o dólar vá a R$ 2,70, mas no médio e longo prazo a moeda tende a recuar", diz.

    Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade a suas atuações diárias no mercado de câmbio, oferecendo 4.000 contratos de swap (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimentos em 1º de junho e 1º de setembro de 2015. Foram vendidos 300 contratos para 1º de junho e 3.700 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 196,5 milhões.

    O BC realizou também mais um leilão de rolagem dos contratos de swap que vencem em 3 de novembro, com a venda de 8.000 contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 76% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.

    BOLSA

    Na Bolsa, o dia será marcado pela cautela, afirmam analistas. Em relatório, a XP Investimentos afirma que "novas pesquisas Datafolha e Ibope esperadas para após o fechamento devem impactar mercado no último dia útil antes da eleição, enquanto real e Petrobras mostram a maior volatilidade do mundo entre ativos de suas classes".

    Enquanto isso, investidores analisam dados econômicos locais e no exterior. Aqui, a taxa de desemprego apresentou leve recuo em relação a agosto e encerrou em 4,9% em setembro, de acordo com o IBGE.

    O resultado apurado pela PME (Pesquisa Mensal de Emprego) foi o menor para o mês de setembro desde 2002, quando começou a série histórica.

    Na zona do euro, as empresas tiveram um desempenho muito melhor do que o esperado neste mês, mas o resultado foi obtido após as companhias cortarem os preços de novo. Além disso, o otimismo sobre o futuro caiu para o menor nível em mais de um ano.

    Dados anteriores mostraram que a atividade da Alemanha cresceu tanto no setor industrial quanto no de serviços, mas que a queda nos negócios na França piorou.

    AÇÕES

    Às 14h45, as ações do Banco do Brasil tinham a maior baixa do Ibovespa, ao caírem 7,47%, a R$ 25,40. As ações da Even registravam a segunda maior desvalorização no horário, ao caírem 6%

    Os papéis preferenciais da Eletrobras caíam 3,53%, a R$ 8,74, às 14h46, enquanto os ordinários tinham queda de 5,23%, a R$ 5,79.

    As ações da Vale sobem no pregão, após a empresa divulgar que registrou a melhor performance de produção da sua história no terceiro trimestre deste ano, com a extração de 85,7 milhões de toneladas de minério de ferro, conforme informou a mineradora nesta quinta-feira.

    O volume, excluindo a produção atribuível à Samarco, foi 3,1% superior ao registrado entre os meses de julho e setembro de 2013 e 7,9% acima da produção do segundo trimestre deste ano, que havia sido o melhor resultado para os meses entre abril e junho de sua história.

    Às 14h47, os papéis preferenciais subiam 0,21%, a R$ 23,23, enquanto os ordinários tinham alta de 0,85%, a R$ 26,99.

    Os papéis da Petrobras têm novo pregão de baixa. As ações preferenciais da petrolífera, as mais negociadas, tinham queda de 5,53%, a R$ 15,69, às 14h47, enquanto os papéis ordinários registravam desvalorização de 4,79%, a R$ 15,28, no mesmo horário.

    No setor financeiro, as ações do Itaú tinham baixa de 4,11%, a R$ 32,39, e as do Bradesco caíam 4,89%, a R$ 33,19, às 14h48.

    Às 14h48, as maiores altas do índice eram as das ações ordinárias da CSN (+3,14%) e as preferenciais da Usiminas (+2,71%).

    Folhainvest

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