• Mercado

    Sunday, 05-May-2024 10:31:21 -03

    Oferta de vagas ainda precisa se adequar à demanda

    DE SÃO PAULO

    26/10/2014 02h05

    A fatia de alunos matriculados no ensino médio que, ao mesmo tempo, faziam cursos profissionalizantes aumentou de 6,1% para 7,8% do total entre 2008 e 2013.

    Apesar do crescimento, o percentual ainda fica muito atrás do registrado, por exemplo, na União Europeia, onde era de 49,9% em 2010, segundo o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Educação Profissional.

    Os dados fazem parte de análise elaborada pelo Senai sobre tendências do ensino profissionalizante no Brasil.

    Editoria de arte/Folhapress

    Almério Araújo, coordenador do ensino médio e técnico do Centro Paula Souza, chama a atenção para o fato de que a taxa de crescimento das matrículas no ensino profissionalizante desacelerou.

    "Para continuar crescendo precisamos avaliar melhor o perfil da demanda dos alunos e do mercado de trabalho."

    O crescimento das matrículas no ensino técnico de nível médio foi de quase 12% em 2009 em relação ao ano anterior. Esse ritmo arrefeceu até atingir 5,8% em 2013.

    A tendência de expansão não ocorreu de forma uniforme no país, com alguns estados apresentando forte aumento e outros recuo no número de matrículas.

    Para Márcio Guerra, gerente de estudos e prospectivas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o maior desafio é aumentar a oferta da modalidade integrada, em que uma mesma instituição oferece um currículo que conjuga as disciplinas curriculares obrigatórias do ensino médio com as técnicas.

    "Essa é a vertente mais interessante pois alia teoria e prática. O aluno pode estudar álgebra e ver sua aplicação no desenvolvimento de uma peça por exemplo."

    Nos últimos anos, as matrículas nos cursos integrados ultrapassaram as dos concomitantes, em que o ensino médio convencional e o técnico são cursados em instituições diferentes.

    Leonardo Batista, 18, cursa o ensino profissionalizante em telecomunicações na Escola Senai Roberto Simonsen durante a tarde e o ensino médio em uma escola pública durante a manhã.

    "No Senai, estou aprendendo muito. A escola pública não ensina muita coisa, tem pouca ligação com a vida fora da escola", diz.

    Batista conseguiu a vaga no Senai pelo Pronatec. Depois de se formar, pretende trabalhar para pagar um cursinho pré-vestibular.

    Segundo especialistas, o custo mais elevado e a dificuldade para a contratação de professores qualificados são obstáculos à expansão da modalidade integrada.

    O excesso de disciplinas no currículo do ensino médio é citado como barreira ao avanço do ensino técnico, pois sobrecarrega os alunos.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024