O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, afirmou nesta terça-feira (28) que não há prazo predeterminado para encerrar o forte estímulo monetário, sinalizando que o período de dois anos para atingir a meta de inflação não é rígido.
Falando no Parlamento, ele manteve a visão favorável do banco central japonês de que a meta de inflação de 2% será atingida por volta do próximo ano fiscal, que começa em abril de 2015, e acrescentou que as autoridades começarão a debater uma estratégia de saída do programa de estímulo durante aquele ano.
Ele fez a rara declaração sobre o plano de saída quando pressionado por um legislador de oposição, que levantou preocupações sobre riscos de afrouxamento monetário prolongado.
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Presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, em conferência do BC em outubro |
"A projeção do conselho (do BC) é que os 2% deverão ser atingidos durante em torno do ano fiscal de 2015. Então não há dúvidas de que vários debates serão realizados sobre a estratégia de saída durante o período", disse Kuroda.
Ele reiterou que "não hesitará em ajustar a política" se a meta for ameaçada. Ao adotar seu programa de estímulo em abril passado, o banco central japonês prometeu dobrar a base monetária por meio de agressivas compras de ativos para atingir a meta de inflação.
ESTÍMULO PROLONGADO
No começo de outubro, Kuroda destacou a resolução de manter o forte estímulo à economia por um período prolongado, mas descartou a necessidade de ampliá-lo em breve.
O presidente do BC também manteve sua avaliação de que o iene fraco é positivo para a economia do país, mas aceitou as preocupações dos empresários de que mais desvalorização da moeda vai afetar pequenas empresas e famílias ao elevarem os custos de importação.
No início do mês, como previsto, o BC japonês decidiu por unanimidade manter sua promessa de elevar a base monetária, ou dinheiro e depósitos na autoridade monetária, ao ritmo anual de 60 a 70 trilhões de ienes (US$ 547 bilhões a US$ 638 bilhões) por meio de compras de títulos do governo e a ativos de risco.