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    Desafio imediato de Dilma é recuperar confiança do mercado, diz Moody's

    DA EFE

    28/10/2014 17h37

    A presidente reeleita Dilma Rousseff tem o desafio imediato de recuperar a confiança dos investidores e apresentar "um novo começo crível" para a economia brasileira, aponta a agência de classificação de risco Moody's em relatório divulgado nesta terça-feira (28).

    Os problemas econômicos do país são profundos e estruturais na avaliação da Moody's, que afirma que somente reformas podem ser capazes de fazer o país retomar o crescimento no médio prazo e recuperar a posição fiscal.

    Restabelecer a confiança, segundo a agência, é importante para manter a dívida do governo em níveis suportáveis, promover o investimento do setor privado e assegurar que a resposta negativa do mercado à eleição não conduza a uma tendência de baixa dos preços dos ativos.

    "É possível que, na ausência de uma diretriz clara sobre a trajetória política que o governo pretende seguir, os investidores mantenham a abordagem 'esperar para ver', a atividade econômica permaneça restringida e os mercados financeiros sejam submetidos a correções periódicas", afirmou no comunicado o vice-presidente sênior da Moody's, Mauro Leos.

    Em setembro, a agência rebaixou para negativo o viés da nota do Brasil. Na avaliação anterior, a perspectiva era estável.

    A mudança indica que houve piora nos fundamentos econômicos do país, que podem ter reflexos sobre a capacidade de pagamento dos títulos da dívida pública do governo.

    Não houve alteração da nota Baa2 para a emissão desses títulos, mas a redução na perspectiva indica que um futuro rebaixamento na avaliação é possível. O rating Baa2 indica grau de investimento com risco de crédito moderado e é o segundo acima do grau especulativo, de menor segurança para os investidores.

    Ação diferente foi adotada pela Standard & Poor's (S&P) em março deste ano. A agência optou por rebaixar o rating soberano do Brasil de BBB para BBB-, última nota do grau de investimento adotada por esta agência. Caso seja rebaixado novamente por essa agência, o país passará ao grau especulativo na avaliação da S&P.

    Segundo a Moody's, a mudança no viés reflete o risco crescente do baixo crescimento da economia brasileira e a piora nos indicadores da dívida pública. Para a agência, esses fatores apontam para uma redução na qualidade de crédito do Brasil.

    POLARIZAÇÃO

    De acordo com a agência, após as eleições, Dilma enfrenta um cenário politicamente polarizado e com problemas estruturais que deverão ser combatidos com firmeza para recuperar o caminho do crescimento.

    Nesse sentido, a Moody's afirmou que as medidas adotadas nos próximos dois ou três meses marcarão o rumo da administração, e ressaltou que o principal desafio de Dilma será o de articular uma mudança nas políticas econômicas.

    Depois de registrar uma expansão de 7,5% em 2010, o crescimento da economia brasileira foi de 2,7% em 2011, de apenas 1% em 2012 e de 2,3% em 2013. O governo acredita que fechará o ano com uma taxa de 0,9%, frente aos 0,27% projetados por analistas de mercado.

    A agência advertiu que o rebaixamento da nota do Brasil dependerá do déficit fiscal, da dívida do governo e do crescimento do país 2014.

    A Moody's também vai considerar um rebaixamento da classificação se não for revertida a tendência da dívida fiscal e se o crescimento do PIB se mantiver entre 1% e 2%.

    A presidente reeleita venceu o segundo turno das eleições ao obter 51,64% dos votos contra 48,36% do candidato do PSDB, Aécio Neves.

    Editoria de Arte/Folhapress
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