• Mercado

    Friday, 03-May-2024 10:48:26 -03

    Empresa é suspeita de usar Minha Casa Minha Vida em golpe no exterior

    FERNANDA ODILLA
    DE BRASÍLIA

    30/10/2014 18h47

    A Polícia Federal apura se o nome da Caixa Econômica Federal e do programa habitacional Minha Casa Minha Vida foram usados indevidamente por uma empresa do Rio Grande do Norte investigada por suspeita de lavagem de dinheiro e de crimes tributários.

    Nesta quinta-feira (30), a empresa foi alvo de operação da PF, que mobilizou 50 policiais e 12 auditores da Receita Federal para cumprir 10 mandados de busca e apreensão.

    Principal alvo da investigação, o EcoHouse Group atraía investidores estrangeiros oferecendo taxa de retorno consideradas bem acima das praticadas no mercado. Segundo a polícia, a promessa de retorno do investimento variava entre 12% e 20% ao ano, sendo que os dividendos nunca eram devolvidos.

    De acordo com as investigações, esse grupo movimentou nos últimos cinco anos aproximadamente R$ 150 milhões no Brasil.

    A PF apura as conexões do presidente do grupo, conhecido em Natal como "O Poderoso Chefão", em referência ao filme dirigido por Francis Ford Coppola. Por isso, a PF batizou a operação de "Godfather", o nome em inglês do filme.

    Esse investigado também é presidente de um time de futebol potiguar.

    No site do EcoHouse há referências sobre o Minha Casa Minha Vida e também uma logomarca da Caixa. A PF apura de que forma o grupo usava o banco e o principal programa habitacional do governo federal para atrair investidores.

    A principal suspeita, por ora, é que o grupo aplicava golpes oferecendo investimentos no Minha Casa Minha Vida.

    CINGAPURA

    As investigações indicam que, somente no mercado de Cingapura, foram lesados cerca de 2.000 investidores, sendo que cada cota de investimento vendida naquele país equivalia a US$ 46 mil. Há a suspeita de o grupo teria aplicado golpes na Itália, onde também patrocina um time de futebol.

    A PF instaurou a investigação em agosto deste ano, depois de receber informações de movimentações atípicas do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Agora apura, além dos laços e conexões com outras empresas, o montante total movimentado de forma suspeita pelos investigados.

    A Folha não localizou ninguém do EcoHouse para comentar a operação.

    A Caixa Econômica Federal informou que não tem nenhuma operação com a empresa e que está colaborando com Polícia Federal nas investigações.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024