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    Rio de Janeiro

    Em recuperação judicial, MMX reconhece perda R$ 1,8 bi nos ativos

    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    31/10/2014 21h41

    A MMX, mineradora controlada por Eike Batista, comunicou, nesta quinta-feira (30), ter feito um "impairment" – reconhecimento contábil de que os ativos valem menos do que anteriormente calculado– no valor de R$ 1,807 bilhão.

    Na prática, a empresa reconhece que o valor recuperável de seus ativos, considerando a possibilidade de dar retorno, é R$ 1,807 bilhão menor do que esperado.

    De acordo com a MMX, que está em recuperação judicial, a baixa contábil se refere à operação e ao projeto de expansão da unidade Serra Azul, em Minas Gerais, sua principal unidade de produção.

    O valor do "impairment" supera o patrimônio líquido da empresa no primeiro trimestre do ano, que é de R$ 1,3 bilhão, de acordo com as últimas demonstrações financeiras disponíveis.

    Considerando essa comparação, a MMX é uma empresa tecnicamente "insolvente", ou seja, tem mais dívidas do que ativos, diz o professor do Insper e sócio da M2M Escola de Negócios, Eric Barreto.

    "As empresas devem verificar periodicamente o valor de seus ativos. Isso é feito por meio de duas análises. Uma é sobre a capacidade de o ativo gerar resultado no futuro. A outra é sobre valor de venda desse ativo. O valor mais favorável deve ser confrontado com o valor contábil desse ativo em seu balanço. Se este valor for menor do que o valor contábil, ela deve fazer o 'impairment', ou seja, dar baixa no valor contábil e lançar valor como despesa", disse Barreto.

    A empresa decidiu parar de produzir minério de ferro em setembro, devido à queda internacional na cotação, que está na faixa de US$ 82. É a mais baixa cotação desde 2009, período pós-crise.

    Pelas normas contábeis, a perda deve ser provisionada no balanço da empresa.

    A companhia informou que dará mais detalhes sobre as consequências do "impairment" nas demonstrações financeiras do segundo semestre, que ainda não foram divulgadas.

    No dia 22, a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da companhia.

    A MMX é a terceira empresa de Eike a entrar em recuperação judicial desde o ano passado. Óleo e Gás Participações (ex-OGX) e o estaleiro OSX também pediram a proteção da Justiça para tentar reverter as dificuldades financeiras.

    O advogado de Eike Batista, Sérgio Bermudes, nega que a situação da empresa seja de insolvência. "Para avaliar insolvência, é necessário considerar outros aspectos, como perspectivas negociais e operacionais. A empresa apresentou seu plano de recuperação judicial e, por isso, todas as contestações de dívida ficam suspensas. Juridicamente, essa baixa de ativo não tem significado", disse.

    A MMX não comentou a medida até o início da noite desta sexta-feira.

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