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    Metalúrgicas puxam demissão em SP

    CLAUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    01/11/2014 02h00

    As indústrias metalúrgicas e de material de transporte (inclui desde a fabricação de carros, embarcações, trens até peças para veículos, navios e setor ferroviário) foram neste ano as responsáveis pelo maior fechamento de vagas no Estado de São Paulo.

    De janeiro a setembro, esses dois setores fecharam, respectivamente, 7.900 e 18.099 postos. Esse é o pior resultado no saldo entre contratados e demitidos desde 2009, quando o corte de vagas havia sido pior em reflexo à crise financeira internacional.

    Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram compilados pelo Ministério do Trabalho e Emprego a pedido da Folha.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No acumulado do ano, o setor metalúrgico fechou 11.293 empregos, sendo quase 70% em São Paulo. Já o de material de transporte encerrou 27.584 vagas –foram 65,6% na base paulista.

    O ministério não informou o peso desses dois setores no total do emprego industrial.

    Mas esses números refletem o que ocorre principalmente nas montadoras, que, afetadas pela queda nas vendas de veículos, ampliam "lay-offs" (suspensão temporária do contrato de trabalho) e concedem férias coletivas.

    Na GM (General Motors) de São Caetano do Sul, são 850 trabalhadores que se afastam por cinco meses, a partir de 10. A montadora não confirma o "lay-off".

    Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, assembleia realizada na semana passada na fábrica já aprovou o afastamento.

    O QUE É O LAY-OFF'

    O "lay-off" está previsto na legislação e pode ser acionado pelas empresas por motivos de mercado.

    Os trabalhadores têm preservados todos os direitos trabalhistas (férias, 13° salário, reajustes) e benefícios (como plano de saúde) durante a suspensão temporária do contrato de trabalho.

    Em troca, têm de frequentar curso de qualificação para receber uma bolsa do FAT (Fundo de Amparado ao Trabalhador). A complementação do salário é negociada com as empresas.

    "O lay-off' é a saída para as demissões que a empresa pretendia fazer. Para a GM, há um excedente de 1.070 operários", diz Aparecido Inácio da Silva, presidente do sindicato. "A verdade é que não estamos otimistas com a situação do mercado nem em 2015. Quando o lay-off' acabar em abril, se a situação não melhorar, já negociamos um acordo com seis salários extras se houver demissão", afirmou o sindicalista.

    Na fábrica da Volkswagen de São José dos Pinhais (PR), os funcionários do segundo turno entram em férias coletivas a partir de segunda (3), por um período de dez dias.

    Nessa mesma unidade, 150 empregados iniciam período de "lay-off" nessa mesma data, quando outro grupo com o mesmo número de funcionários retorna ao trabalho.

    GREVE

    Sem proposta de reajuste real, os metalúrgicos de São Paulo (ligados à Força Sindical) aprovaram greve a partir da semana que vem. Eles pedem reajuste acima da inflação e entregam avisos de greve a partir de segunda (3).

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