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    Ações de bancos e Petrobras caem, e Bolsa inicia novembro no vermelho

    ANDERSON FIGO
    DE SÃO PAULO

    03/11/2014 17h44

    Papéis da Petrobras e de bancos puxaram o principal índice da Bolsa brasileira para baixo nesta segunda-feira (3), em um dia marcado pelo baixo volume de negócios.

    O Ibovespa encerrou o primeiro pregão de novembro com perda de 1,25%, aos 53.947 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,137 bilhões –bem inferior ao giro médio de R$ 9,582 bilhões visto em outubro.

    As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras caíram 2,81%, para R$ 14,85 cada uma. Entre os bancos, o Banco do Brasil teve perda de 1,30%, enquanto o Bradesco viu seu papel preferencial ceder 1,23% e o Itaú Unibanco registrou desvalorização de 0,41%. Já o Santander Brasil recuou 7,94%.

    "As especulações em torno dos nomes para assumir a Fazenda repercutiram entre os investidores, que estão esperando um ministro com mais autonomia, sem ceder a pressões da presidente", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos. "Um nome de mercado tiraria um pouco esse medo, como o Trabuco, que já descartou assumir o cargo. Enquanto há indefinição da equipe, os investidores ficam com o pé atrás".

    Para Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, as discussões em torno de um possível reajuste nos preços dos combustíveis também pesaram na Bolsa nesta segunda. A reunião do conselho de administração da Petrobras estava prevista para a última sexta-feira, mas foi adiada para terça-feira (4). Espera-se que o reajuste esteja na pauta do encontro, de acordo com analistas.

    "O mercado está atento a isso, mas ainda se sentindo desconfortável com a governança da estatal. O tal choque de credibilidade ainda não aconteceu", diz. "Nesse cenário de incerteza, o investidor vende suas ações. Há também um pouco de realização de lucro, após a forte alta registrada na sexta-feira", acrescenta.

    Em termos gerais, afirma Figueredo, a volatilidade está diminuindo aos poucos após a eleição e, como consequência, o volume também. "Para um cenário de queda no curto prazo, é natural um volume mais fraco".

    Na avaliação de Ricardo Kim, da XP Investimentos, sobre um reajuste de preços dos combustíveis, especula-se um aumento entre 4% e 5%. "Se confirmado, acreditamos que já está embutido nos preços das ações (da Petrobras). Um reajuste acima poderia beneficiar o desempenho dos papéis. Porém, o mais importante, mas com baixa probabilidade, seria a criação de uma metodologia de preços (reajuste) clara".

    CÂMBIO

    No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou a segunda-feira com valorização de 1,32% sobre o real, cotado em R$ 2,50 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,88%, também a R$ 2,50.

    O movimento de alta da moeda americana, dizem operadores, refletiu as indefinições na equipe econômica do governo para os próximos quatro anos e a maior procura por aplicações consideradas mais seguras, como o câmbio, por parte dos investidores.

    O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 197,5 milhões.

    Na noite desta segunda, a autoridade monetária anunciou que iniciará na terça (4) a rolagem dos vencimentos de contratos previstos para dezembro. O lote com prazo para o próximo mês chega a cerca de US$ 9,8 bilhões.

    Folhainvest

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