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    Construtoras retomam lançamentos de imóveis em São Paulo

    DANIEL VASQUES
    DE SÃO PAULO

    04/11/2014 02h00

    As construtoras retomaram os lançamentos de imóveis na cidade de São Paulo neste fim de 2014, ano marcado pela queda nas vendas e nos novos projetos.

    Como o setor foi atingido pelas incertezas econômicas, pelas discussões do Novo Plano Diretor e pela Copa, que esfriaram o mercado, as construtoras esperaram o fim do ano para colocar um maior volume de projetos na rua.

    Os lançamentos residenciais na planta na capital somaram 4.018 unidades em setembro, crescimento de 35,6% em relação ao mesmo mês de 2013.

    Na comparação com agosto, a alta foi de 90%, de acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).

    "O mercado passou por meses muito atípicos, mas chega uma certa hora em que o incorporador não pode mais segurar todos os produtos que ele tem", diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).

    Editoria de Arte/Folhapress

    ESTOQUE ALTO

    O crescimento do número de novos projetos se refletiu na elevação do estoque (oferta) de imóveis novos, que são aqueles não vendidos em um período de até três anos após o lançamento.

    A oferta atingiu 22.339 unidades –40% a mais do que no mesmo mês de 2013 e quase recorde desde o início da série, que começou em 2004, segundo o Secovi-SP.

    Somente em novembro de 2004, com 22.442 unidades, o estoque superou o patamar de setembro de 2014.

    Com os lançamentos em setembro, as construtoras buscam testar a recepção do comprador aos novos empreendimentos em um cenário de baixa nas vendas.

    Se os produtos não atingirem um bom nível de comercialização, as empresas devem reduzir o número de imóveis lançados, como forma de ajustar demanda e oferta. "Estamos bastante alerta para o movimento dos próximos seis meses", afirma Petrucci.

    Para Fátima Rodrigues, diretora da imobiliária Coelho da Fonseca, o mercado ganha impulso com o fim das eleições, que, como a Copa, também tinham tirado a atenção do comprador.

    Na semana passada, a primeira após o fim das eleições, o movimento nas imobiliárias já cresceu, segundo ela.

    PREÇOS

    De janeiro a setembro, o preço do metro quadrado aumentou 4,78% (ante 4,61% da inflação do IPCA), para R$ 9.102, de acordo com Petrucci, citando dados da Embraesp. Em 12 meses, a alta é de 10,73%.

    A perspectiva de profissionais do mercado é que os preços se estabilizem.

    As vendas caíram 43,8% até setembro em relação ao mesmo período do ano passado.

    No caso dos lançamentos, houve recuo de 15,4% no acumulado do ano, para 18.367 unidades.

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