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    Com inflação, brasileiro projeta gastar 30% a mais no Natal, diz SPC

    FABÍOLA SALANI
    DE SÃO PAULO

    04/11/2014 13h17

    Pesquisa do SPC Brasil feita em todas as capitais mostra que, na média, o brasileiro pretende comprar os mesmos 4,3 presentes de Natal que projetava no ano passado, mas prevê elevar o gasto médio por presente de R$ 86,59, para R$ 122,40. Descontada a inflação, o aumento é de mais de 30% no período.

    O curioso é que um terço dos respondentes -foram 624 ao todo- pretende gastar menos com presentes natalinos neste ano do que no ano passado, e 40% planejam usar o mesmo valor de 2013, de acordo com a pesquisa.

    E a lista dos presentes que se pretende comprar não mudou entre 2013 e 2014: roupas em primeiro lugar, seguidas por calçados; perfumes ou cosméticos; e brinquedos, jogos ou videogames.

    Para Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, a aparente contradição –quer gastar menos, comprando os mesmos itens e a mesma quantidade, mas projeta valor mais elevado– se explica, em parte, pela falta de planejamento.

    "As pessoas sempre querem gastar o menos possível. Mas o brasileiro tem essa característica de não se planejar, deixar para a última hora, e não se planeja para o Natal também", afirma.

    O aumento no valor médio do presente que planejam se explica pela percepção de inflação no período: 51% dos entrevistados relatam a impressão de que os preços estejam mais altos neste ano.

    "Percebemos que as pessoas sentem mais a inflação nos itens e presentes de Natal do que na média do dia a dia", afirmou Kawauti.

    O levantamento mostrou aumento no percentual dos que pretendem comprar presentes neste Natal: 87% dos respondentes têm tal intenção, contra 67% dos pesquisados no ano passado.

    ANO COMEÇA COM DÍVIDAS

    Um dado chamou a atenção dos pesquisadores: se o consumidor pretendia desembolsar menos, mas vai usar mais dinheiro para comprar seus presentes, como os gastos vão caber no orçamento?

    Resposta: mais respondentes pretendem usar o cartão de crédito para pagar as lembranças de fim de ano de maneira parcelada. Eram 16% no ano passado, e passou para 27% neste ano os que pretendem comprar em prestações no cartão.

    Nesse público, a média será usar cinco parcelas para pagar os presentes. "As pessoas vão começar o ano com o orçamento comprometido até maio, isso sem contar as tradicionais despesas extras de início de ano, como IPVA e material escolar", lembra José Vignoli, educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, do SPC Brasil.

    Para a pesquisa foram consultadas, via internet, 624 pessoas de mais de 18 anos e ambos os sexos, nas 27 capitais brasileiras, na primeira semana de outubro. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais

    INFLAÇÃO

    A inflação medida pelo IPCA nos 12 meses terminados em setembro está em 6,75% –acima do teto de 6,5% da meta para este ano.

    Por esse motivo, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa básica de juros na semana passada, de 11% para 11,25% ao ano, em uma decisão inesperada.

    Folhainvest

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