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    Petrobras terá alta de R$ 5,7 bi em geração de caixa após reajuste, diz Citi

    DA REUTERS

    07/11/2014 13h47

    A Petrobras terá um aumento anual de R$ 5,7 bilhões no seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em inglês; um indicador de geração operacional de caixa), a partir dos reajustes dos preços da gasolina, de 3%, e do diesel, de 5%, anunciados na quinta-feira, segundo o Citi.

    O montante representa aproximadamente 8% de sua previsão para o Ebitda de 2014, explicou o banco em relatório. Entretanto, os reajustes ficaram aquém do esperado, acrescentou o Citi.

    Para analistas de mercado, a política de preços permanece um elemento chave para a recuperação da confiança dos investidores, diante de todas as perdas enfrentadas pela empresa com a importação de combustíveis nos últimos anos.

    "A nosso ver, infelizmente, segue a política de costume de sacrificar os aumentos de preços para apoiar a macro-agenda política", afirmou o Itaú BBA, em relatório publicado nesta sexta-feira (7).

    Para o Citi, havia um consenso de que a Petrobras aumentaria ambos os combustíveis em pelo menos 5%. "A diferença representaria um incremento anual de mais R$ 1 bilhão de Ebitda", disse o banco, em relatório.

    O Citi acredita que o anúncio pode "decepcionar um pouco os investidores", já que a imprensa havia noticiado recentemente que o conselho da companhia chegou a discutir aumento de preços de 8% para ambos os combustíveis.

    O governo brasileiro, sócio majoritário da petroleira, controla os preços dos combustíveis e evita que oscilações do preço do barril do petróleo interfira no mercado interno.

    Nos últimos anos, a área de abastecimento da estatal sofreu grandes perdas ao importar combustíveis para suprir a demanda interna, já que os preços no país foram mantidos em patamares mais baixos do que no exterior.

    Segundo cálculos do Itaú BBA, apenas no primeiro semestre deste ano, a Petrobras teve perdas de R$ 2,9 bilhões com importações de gasolina e diesel.

    Os reajustes deste ano chegaram em um momento em que a queda dos preços do barril do petróleo aproximou os valores praticados no Brasil com o exterior. Com a elevação dos combustíveis no país, houve uma paridade de preços há muito não vista.

    PREÇOS

    "Esta é a primeira vez nos últimos três anos que a Petrobras atinge a paridade de preços", destacou o Citi. O Itaú reviu suas perspectivas para o preço do petróleo Brent (negociado em Londres) para US$ 85 por barril em 2015, ante a previsão anterior de US$ 100. Já para 2016, o banco prevê US$ 90 por barril, ante previsão anterior de US$ 95.

    Já o Citi acredita em uma recuperação dos preços do barril do petróleo Brent para pelo menos US$ 92 por barril nos próximos meses, ante o patamar atual de US$ 83 por barril.

    "Nossa atual previsão para 2015 prevê outro aumento de preços de outros 5% para ambos os combustíveis, em meados de 2015", afirmou o relatório do Citi.

    As ações da Petrobras listadas na Bolsa brasileira chegaram a abrir em alta nesta sexta-feira, na esteira do reajuste. O ânimo de investidores logo perdeu fôlego e as ações foram para o negativo, passando a cair mais de 2%. Perto da abertura do mercado americano, porém, os papéis voltaram ao campo positivo. Às 13h43, a ação preferencial (sem direito a voto) da estatal subia 2,77%, a R$ 14,45.

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