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    Unica diz que aumento da gasolina é 'pequeno' para beneficiar etanol

    DA REUTERS

    07/11/2014 17h19

    O reajuste de 3% no preço da gasolina nas refinarias, anunciado nesta quinta-feira (6) pela Petrobras, deverá ser diluído ao longo da cadeia de combustíveis, resultando em uma alta de menos de 1,5% na bomba para o consumidor final.

    O percentual seria "pequeno" para beneficiar o setor de etanol no Brasil, de acordo com a avaliação da Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar). "Francamente, o efeito é nulo para o etanol, acho que qualquer mudança de margem de posto ou distribuidor obscurece esse aumento [da gasolina]", afirmou a presidente da associação, Elizabeth Farina.

    A Petrobras também anunciou o reajuste de 5% no preço do diesel. As medidas começaram a valer desde à 0h desta sexta-feira (7) –onze dias depois das eleições.

    O presidente do Sincopetro (sindicato dos postos), José Alberto Gouveia, disse que o repasse para o consumidor deverá ficar "um pouco abaixo" do reajuste aplicado nas refinarias para as distribuidoras. "No último aumento, que foi de 4%, o repasse na bomba foi de cerca de 3%", disse.

    A alta dos combustíveis, segundo interlocutores do governo, também serve para sinalizar ao mercado um desejo de fortalecer a Petrobras e praticar uma política de preços mais realista no segundo mandato.

    Além disso, a estatal está com a imagem prejudicada pelo escândalo revelado pela Operação Lavo Jato. As ações preferenciais, as mais negociadas, acumulam queda de 17,7% no ano.

    O aumento já estava sendo esperado após uma reunião do Conselho de Administração da empresa nesta semana. Na ocasião, a presidente da Petrobras, Graça Foster, havia feito uma apresentação que trazia o percentual de 8% de aumento.

    Segundo Adriano Pires, presidente do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), para a Petrobras reverter o prejuízo acumulado ao longo deste ano com a defasagem de preços, os reajustes precisariam ter sido de 20% para a gasolina e para o diesel.

    O aumento dos combustíveis já estava sendo defendido por especialistas há alguns meses por causa da defasagem de preços da estatal, estimada em R$60 bilhões pela corretora Gradual. O reajuste, no entanto, não deve ser suficiente para a Petrobras recuperar os prejuízos dos últimos anos.

    INFLAÇÃO

    Hoje, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o impacto da mudança de preços na gasolina e no diesel na inflação será de 0,1 ponto percentual.

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