A empresa brasileira Oi, que se fundiu com a Portugal Telecom (PT), comunicou hoje ao mercado que recebeu uma oferta de 7,07 bilhões de euros (US$ 8,93 bilhões) do grupo britânico de aquisições Apax Partners pela PT-SGPS, subsidiária da multinacional portuguesa.
Em um comunicado enviado à Bolsa de Valores de São Paulo, a Oi indicou que a oferta da empresa inglesa foi apresentada em conjunto com a Bain Capital, empresa americana administradora de ativos financeiros e especialista em capital de risco, que atuará como "assessora de investimentos".
A PT-SGPS é uma empresa que não opera hoje no mercado, mas tem em seu poder 25% das ações da Oi, uma das controladoras da Portugal Telecom. A mesma empresa possui ainda títulos quase irrecuperáveis da dívida do português Grupo Espírito Santo.
A proposta não inclui os investimentos da PT na África, a dívida da multinacional portuguesa e a participação no Rio Forte Investments, braço financeiro do Grupo Espírito Santo, com o qual a empresa de telecomunicações contraiu uma dívida de 900 milhões de euros (US$ 1,1 bilhão).
A proposta final, detalhada no comunicado, "está sujeita a uma aprovação final pelo Comitê de Investimento da Apax e da Bain Capital, que deverá "concluir alguns pontos da diligência legal".
A empresa Oi, por sua vez, indicou que seu Conselho Administrativo "analisará e decidirá as suas condições" e "manterá seus acionistas e o mercado informados sobre qualquer evento relevante relacionado à proposta descrita".
DISPUTAS
Há alguns dias, a Portugal Telecom está no foco também da empresa franco-luxemburguesa Altice e do grupo da multimilionária Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
A companhia francesa, com sede em Luxemburgo, fez no início deste mês uma oferta de 7,0 bilhões de euros (US$ 8,8 bilhões) para a compra da PT, enquanto que Isabel dos Santos apresentou uma proposta pela PT-SGPS.
A oferta de 1,2 bilhão de euros (US$ 1,5 bilhão) pela PT-SGPS, feita no domingo pela empresária angolana, foi qualificada nesta semana como "inaceitável" pela Oi devido às exigências de Isabel dos Santos, o que elevou a cotação dos papéis preferenciais da companhia na Bolsa de Valores de São Paulo.
Nesse jogo de interesses, a venda da Portugal Telecom traria à Oi os fundos suficientes para a compra da sua rival Tim no Brasil –segunda maior operadora móvel no país e subsidiária da Telecom Itália.