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    Petrobras recua mais de 4% e ajuda a empurrar Bolsa para baixo

    DE SÃO PAULO

    14/11/2014 10h52

    A Bolsa brasileira opera em baixa superior a 1% nesta sexta-feira (14), em um pregão marcado pela demora de mais de uma hora no início das negociações de ações da Petrobras, um dia após a empresa anunciar que só vai divulgar seu balanço do terceiro trimestre auditado em dezembro.

    Já o dólar começou o dia negociado no patamar de R$ 2,62, afetado pelas indefinições em torno da nova equipe econômica do governo, mas recuou e, às 14h27 (de Brasília), retornava à casa de R$ 2,60. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, caía 1,08%, a 51.287 pontos. O volume financeiro era de R$ 2,958 bilhões.

    A principal referência do pregão até agora foi a demora de mais de uma hora para o início das negociações dos papéis da Petrobras. O call de abertura da empresa –espécie de pré-negociação que acontece 15 minutos antes do início formal do pregão, às 10h– ocorreu entre entre 11h15 e 11h30. Com isso, as ações começaram a ser negociadas uma hora e meia após o horário normal de início.

    Às 14h27, as ações preferenciais da empresa, as mais negociadas e sem direito a voto, caíam 4,70%, a R$ 12,96. Já as ordinárias, com direito a voto, tinham perda de 4,56%, a R$ 12,53.

    A empresa divulgou na última quinta-feira (13) que adiou a divulgação das demonstrações financeiras do terceiro trimestre alegando necessidade de aprofundar a investigação sobre denúncias de corrupção e fazer possíveis ajustes no documento.

    A petrolífera disse ainda que divulgaria o balanço até 12 de dezembro. Segundo fonte próxima à administração da empresa, a PwC (PricewaterhouseCoopers) não assinou o documento, como é exigido por Instrução da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A PwC audita os balanços da companhia desde 2012.

    Em nota, a Petrobras disse ainda que faria uma conferência na segunda-feira (17) para dar informações sobre o balanço não auditado. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários, que regula o mercado de capitais brasileiro) pediu explicações para a companhia.

    A petrolífera emitiu novo comunicado dizendo que busca obter, até 12 de dezembro, maior aprofundamento nas investigações em curso pelos escritórios de advocacia independentes e órgãos de fiscalização e controle externos, "permitindo que eventuais ajustes nas demonstrações contábeis, como consequência das denúncias e investigações relacionadas à 'Operação Lava Jato', sejam adequadamente realizados".

    Ainda nesta sexta-feira, a Polícia Federal cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão durante Operação Lava Jato. As buscas são concentradas em 11 grandes empreiteiras. Às 12h49, as ações da Mendes Júnior não tinham negociação em Bolsa no pregão.

    INCERTEZAS

    Além dos problemas envolvendo a empresa, a Bolsa hoje opera em baixa devido a um mau humor generalizado dos investidores com as incertezas econômicas envolvendo o governo Dilma Rousseff, de acordo com Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Corretora.

    "Os mercados estão penalizando a falta de informações e as dúvidas sobre quem vai ditar o rumo econômico do país", afirma. "Todas as notícias que têm saído desagradam aos investidores de maneira geral, principalmente a falta de comprometimento com o superavit primário [economia que a União precisa fazer para o pagamento de juros da dívida pública, o chamado superavit primário]", avalia.

    Na Bolsa, destaque para as ações da própria BM&FBovespa, que, às 14h28, caíam 1,42%, a R$ 9,72, após a empresa divulgar queda de 15,3% do lucro líquido na comparação anual, impactado pelo pagamento de dívidas tributárias à Receita Federal por meio do programa Refis.

    As maiores baixas do Ibovespa são as ações da Rossi Residencial, que caíam 8,14%, a R$ 0,79, às 14h29. A empresa teve prejuízo no terceiro trimestre, período marcado por fraqueza na receita e aumento expressivo das despesas operacionais.

    Entre julho e setembro, o prejuízo líquido da companhia foi de R$ 265,1 milhões, ante resultado positivo de R$ 2,1 milhões registrado um ano antes.

    No sentido contrário, as ações da Cetip (depositária de títulos privados de renda fixa e câmara de ativos) registram a maior alta do pregão, ao subirem 1,85%.

    CÂMBIO

    No mercado cambial, o dólar tem novo dia de alta em relação ao real. Às 14h30, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,30%, a R$ 2,601. O dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha alta de 0,46%, a R$ 2,604, no mesmo horário.

    Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às suas atuações no mercado cambial e vendeu 4.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólares). Foram vendidos 3.250 contratos para 1º de junho e 750 contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,4 milhões.

    O BC também realizou nesta sessão mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro e que equivalem a US$ 9,831 bilhões, com oferta de até 9.000 contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 40% do lote total.

    Com Reuters

    Folhainvest

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