O comércio espera fazer 163,6 mil contratações temporárias para o período de final de ano.

A cifra representa um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano passado, e fica abaixo das expectativas do setor.

A estimativa de contratação dos profissionais temporários após o período das festas (efetivação) é de 5% -no ano passado, esse percentual foi de 12%.

"Em 2013, houve um aumento de 3% no número de contratações para o final de ano, em comparação com 2012. Nós esperávamos para 2014 ao menos a manutenção deste percentual", afirmou Elisângela Matsune, advogada do Sindilojas-SP (sindicato que reúne os lojistas de São Paulo).

A CULPA É DA COPA

Matsune aponta o baixo retorno de vendas durante a Copa do Mundo como uma das razões para o desânimo dos comerciantes neste ano. Segundo ela, os lojistas estão mais contidos com investimentos para o final de ano.

A desaceleração da economia, a alta do dólar e a inflação são outros fatores de incerteza para o setor.

"O mercado está indo mais devagar para sentir como o consumidor vai reagir com o 13º salário", afirmou Maria Olinda Longuini, diretora de comunicação do Sindeprestem (sindicato patronal dos terceirizados).

A primeira parcela do 13º será paga no final deste mês de novembro, para os trabalhadores que já não a anteciparam nas férias.

As pesquisas que levantam intenção de compra, no entanto, têm mostrado que o consumidor está mais cauteloso neste ano.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) calcula que o setor reduzirá em 17% as contratações.

No total, 6.000 trabalhadores devem ser contratados como temporários pelos supermercados durante os meses de novembro e dezembro.

Na Grande São Paulo, o número de vagas disponíveis nas unidades do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) não chega nem à metade do que foi oferecido durante as duas primeiras semanas de novembro de 2013.

Até agora, foram abertas 774 vagas temporárias, contra 1.656 oferecidas durante o mesmo período do ano passado.

As oportunidades no comércio para o fim de ano são principalmente para as funções de vendedor, balconista e operador de caixa, para contratos de três meses, como costuma acontecer em outros anos.

	Ciete Silverio/Folhapress
	Michele Rodrigues, 32, na Riachuelo do shopping Aricanduva, onde foi contratada depois de ser temporária em 2013

PERFIL PROCURADO

O perfil procurado pelas empresas é de trabalhadores entre 18 e 34 anos de idade, com ensino médio completo ou incompleto. Para 46% dos comerciantes, a preferência é por contratar mulheres.

Michele Rodrigues, 32, se encaixa neste perfil. Ela foi contratada em dezembro de 2013 como funcionária temporária na Riachuelo.

Em abril, passou para o quadro permanente da empresa. "A gente entra, gosta do trabalho e fica esperando a efetivação", disse.

Ela agora espera conseguir uma promoção na loja de departamentos.

Em São Paulo, os interessados em se candidatar às vagas temporárias podem procurar o Centro de Apoio ao Trabalho da prefeitura (CAT) ou o PAT, responsáveis pelo cadastro de currículos e contato com empregadores.

O candidato deve levar sua cédula de identidade, CPF, carteira de trabalho e PIS.

Outra opção é o site do sindicato das empresas terceirizadas (www.sindeprestem.com.br), que lista agências de trabalho temporário em 72 cidades do Estado.

Para consultar a lista de empresas na cidade de seu interesse, entre na página www.sindeprestem.com.br/empresas/empresas-de-trabalho-temporario/.