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    Dívida de R$ 1,2 bilhão da Petrobras paralisa construtora em refinaria

    LUCAS REIS
    DE MANAUS
    CLAUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    18/11/2014 02h00

    Com uma dívida de R$ 1,2 bilhão não paga pela Petrobras, a Alumini Engenharia atrasou o pagamento de obrigações trabalhistas a pelo menos 4.600 operários da obra da refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE). Devido aos atrasos, os trabalhadores pedem, na Justiça, a rescisão indireta de contrato.

    A construtora presta serviços à estatal em Pernambuco e em em outros Estados.

    Na semana passada, o sindicato conseguiu, na Justiça, liminar que obriga a Petrobras a depositar em juízo os valores devidos à Alumini.

    Procurada pela Folha, a Petrobras não respondeu até a conclusão o fim da noite desta segunda-feira (18).

    A crise na obra, orçada em US$ 18,5 bilhões, começou no início deste mês, quando trabalhadores protestaram contra a falta de pagamento da Alumini e bloquearam as vias de acesso ao canteiro. Desde então, segundo o Sintepav-PE (sindicato que representa os trabalhadores da construção pesada em PE), os ônibus que levam os operários até o local pararam de circular e a obra foi interrompida.

    Divulgação
    Obras da refinaria Abreu e Lima (PE), da Petrobras
    Obras da refinaria Abreu e Lima (PE), da Petrobras

    A dívida de R$ 1,2 bilhão já havia sido relatada pela Alimuni durante audiência no Ministério Público do Trabalho, segundo o procurador-chefe José Laizio Pinto Jr.

    Ainda na semana passada, os operários ingressaram com uma ação na Justiça pedindo a rescisão indireta de todos os trabalhadores por quebra de contrato da empresa com eles. A rescisão indireta está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho e permite que o funcionário peça para romper o contrato de trabalho sem perder o direito a verbas rescisórias.

    A Alumini atribui a responsabilidade à dívida de R$ 1,2 bilhão da Petrobras. "A Alumini veio, até então, executando as obras com recursos próprios, mas agora não tem mais condições de continuar com os trabalhos", informou em nota a construtora.

    O Sintepav-PE diz que o número de operários com salários atrasados é maior, cerca de 6.000. Segundo o coordenador de fiscalização do sindicato, Leodelson Bastos, eles estão sem receber vale-refeição e vale-alimentação, além de haver atraso no recolhimento do FGTS e de contribuições previdenciárias.

    "Cerca de 1.700 trabalhadores estão sem vale-alimentação e refeição, em alojamentos sem energia, água e limpeza", disse.

    A Alumini executa quatro obras em Abreu e Lima, duas delas com 99% concluídas e outras duas com cerca de 78%, segundo a empresa.

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