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    Empresários usam crédito para manter controle acionário

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    23/11/2014 02h00

    A Vtex, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas para lojas virtuais, pegou um financiamento de R$ 7 milhões do BNDES, a partir da linha de crédito Prosoft (programa para desenvolvimento da indústria de software e tecnologia nacional). O objetivo é viabilizar o plano de expansão da companhia para mais países da América Latina.

    Novas linhas de crédito financiam inovação

    Mariano Gomide, 37, copresidente da empresa, conta que o interesse pelo crédito surgiu após um convite do próprio banco, que disse que a empresa cumpria os pré-requisitos para pleitear o crédito. A Vtex faturou no ano passado R$ 32 milhões.

    "Muitos empresários do setor de tecnologia desconhecem os instrumentos de fomento. Nós mesmos achávamos que era uma coisa muito politizada", diz.

    Segundo ele, a vantagem do empréstimo foi permitir o crescimento da empresa ao mesmo tempo em que seus fundadores mantêm a maior parte do controle acionário. Hoje, eles são donos de 70% da companhia.

    "O empreendedor hoje nasce com a visão de que é necessário ter sócios, com o desejo de vender a empresa. Na prática, os negócios que nascem com esse desejo se esvaem no meio do caminho", afirma Gomide.

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Mariano Gomide, copresidente da Vtex, empresa que oferece tecnologia para a criação de lojas virtuais e buscou recursos do BNDES para expandir
    Mariano Gomide, copresidente da Vtex, empresa de tecnologia para lojas virtuais, buscou recursos do BNDES para crescer

    A CataMoeda, uma empresa de Santa Catarina que criou uma máquina para trocar moedas por cupons de vale-compra, foi a primeira a conseguir recursos pela linha MPME Inovadora, do BNDES. A companhia recebeu R$ 800 mil a serem pagos em até cinco anos.

    O dinheiro deve ser usado para produzir uma segunda versão de suas máquinas, menor do que as atualmente no mercado e que será dedicada a lojas de pequeno porte.

    A companhia tem atualmente 80 aparelhos espalhados pelo país.

    "Quando se pega um investidor, ele passa a ter uma série de direitos sobre a administração. O banco traz o benefício de poder aplicar o dinheiro conforme sua gestão", diz Vanusa Uller, 34, diretora da empresa.

    Antes de pegar o financiamento com o BNDES, a empresa já havia captado um investimento de R$ 1,8 milhões do fundo Santa Catarina.

    A opção entre investidor ou empréstimo não deve levar em conta apenas valores envolvidos e participação societária, segundo avaliação de Newton Campos, professor do GV-Cepe.

    Segundo ele, trazer pessoas experientes como investidoras aumenta as chances de sucesso, devido ao conhecimento do mercado que elas oferecem.

    "Se o empresário já fez uma baita análise, tem contatos no mercado e clientes, pegar empréstimos é uma solução boa. Mas, se ele precisa de mais do que isso, o que é mais normal, convêm buscar um investidor experiente."

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