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    "Eu quero a Amazon no Brasil", diz CEO da livraria Cultura

    THAIS FASCINA
    DE SÃO PAULO

    23/11/2014 02h00

    Para Sérgio Herz, CEO da livraria Cultura, a competição com a Amazon começou em 1994, ano de criação da empresa americana, e o início da venda de livros físicos no Brasil, há três meses, somente colocou a concorrência no mesmo patamar.

    "Eu quero a Amazon no Brasil. Agora eles vão ter que lidar com o mercado editorial brasileiro, como nós lidamos todos os dias, sem nenhuma facilidade."

    Segundo ele, a Amazon chegou com uma política de preço extremamente agressiva e trabalhando até com margens negativas de lucro, mas a guerra entre os varejistas já é antiga.

    "A livraria Cultura trabalha com preços diferentes nas lojas físicas e no site. Isso é uma consequência da nossa estratégica e de inteligência de preço. Nós avaliamos valores [em outros sites]e o perfil dos consumidores."

    A grande questão é: qual é o tamanho ideal do mundo físico que vai conviver com o mundo online.

    "Eu não tenho dúvida que [no Brasil] o mundo físico está exagerado. Por exemplo, do shopping Morumbi ao shopping Villa Lobos existem sete centros comerciais, sendo que o oitavo está sendo construído."

    De acordo com Sérgio, o modelo que o país ainda repete não se sustenta mais. "Hoje o varejista não precisa mais desse investimento. Porém, esses dois mundos vão sempre conviver. As lojas não vão deixar de existir e o comércio eletrônico vai crescer cada vez mais."

    A lição de casa é saber que o interesse que leva uma pessoa até a loja física hoje é outro -e pode não passar pela venda de livros.

    "Nas unidades que temos hoje, as pessoas vão passear, ver gente, tomar café, conversar. Nós estamos tentando atrair o público com outras estruturas porque partimos do princípio que cada vez mais as lojas físicas são dispensáveis."

    O ambiente tem que ser interessante. De acordo com Sérgio, uma loja do varejo representa a disputa pela atenção e tempo do cliente, já que a venda de livros está no alcance de qualquer um no celular, tablet ou computador. E com preços melhores.

    Desde o ano passado, o maior lucro da livraria Cultura vem do comércio eletrônico -e também é o setor que mais cresce.

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