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    Veja os principais desafios que o novo ministro da Fazenda deverá enfrentar

    DE SÃO PAULO

    23/11/2014 02h00

    O próximo ministro da Fazenda, que deve ser anunciado nesta semana, terá vários desafios para enfrentar quando assumir a pasta.

    Sucessor de Guido Mantega, ele terá que recuperar a credibilidade da política econômica, abalada por manobras para despistar a inflação e alterar a meta fiscal, além de estimular o crescimento do PIB e evitar uma perda do grau de investimento do país. Leia abaixo essas e outras questões que o escolhido de Dilma deverá priorizar.

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    Ilustração William Mur

    1 - Restaurar a credibilidade da política econômica
    Manobras para tentar despistar a aceleração da inflação e minimizar a piora das contas públicas provocaram descrédito entre investidores, empresários e analistas e travaram investimentos

    2 - Perda do grau de investimento
    Com o crescimento fraco e as desonerações de impostos para estimular a economia, as receitas do governo perderam fôlego. Mas as despesas seguiram em alta. A meta de economia deste ano, de 1,9% do PIB, não será cumprida. E existem previsões de que o Brasil pode perder o grau de investimento -espécie de selo de que é seguro investir no país- em 2016

    Ilustração William Mur

    3 - PIB fraco
    Dilma deve encerrar o primeiro mandato com o pior crescimento desde o governo Collor (1990-1992). Tentativas de estimular a economia não deram certo e as previsões para o PIB no ano que vem também são fracas. Desafio extra será manter obras de infraestrutura após escândalo envolvendo a Petrobras e as maiores construtoras do país

    4 - Encolhendo os bancos públicos
    Com mais restrições orçamentárias, o crédito dos bancos públicos, uma das principais alavancas de Dilma para estimular o crédito, deverá estancar. Eles passaram a controlar mais da metade dos empréstimos do país, usando recursos do Tesouro. Será desafio reduzir seu papel sem deprimir mais a economia

    Ilustração William Mur

    5 - Escalada dos custos
    Mesmo com o PIB fraco, a taxa de desemprego permanece baixa e os salários continuam subindo. Isso ajuda a melhorar a renda das famílias mas aumenta as despesas das empresas, que perderam a capacidade de competir com concorrentes estrangeiros. Reduzir os custos sem comprometer os ganhos dos trabalhadores é um objetivo difícil a ser alcançado, segundo economistas

    6 - Alta do dólar e queda das commodities
    Os principais produtos vendidos pelo Brasil no exterior, como soja e minério de ferro, estão em queda. São menos receitas em dólares em um momento em que o país já tem déficit externo crescente e em um patamar preocupante (equivalente a 3,7% do PIB)

    Ilustração William Mur

    7 - Inflação e preços congelados
    A gasolina já foi reajustada e a energia elétrica começou a ser corrigida, mas ainda falta acertar preços que foram represados, como tarifas de ônibus. Isso deve pressionar a inflação, que já está perto do limite do governo. A alta do dólar, que aumenta os preços de importados, também contribui para a alta do custo de vida

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