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    Taxas corroem até 30% do ganho em plano de previdência

    GILMARA SANTOS
    DE SÃO PAULO

    24/11/2014 02h00

    As taxas cobradas pelos fundos de previdência privada podem corroer uma boa parte dos rendimentos da aplicação. Em alguns casos, chegam a comprometer até 30% do ganho, segundo estimativa de Michael Viriato, professor de finanças do Insper. "A taxa de administração tem um impacto muito grande no longo prazo."

    Além dessa, algumas instituições também costumam cobrar a taxa de carregamento, descontada logo no início da aplicação no fundo.

    "Se você investiu R$ 100 e há uma taxa de carregamento de 3%, é como se investisse apenas R$ 97", diz Viriato.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A primeira taxa remunera o gestor do fundo. A segunda compensa a instituição pela administração dos recursos. Há ainda casos de instituições financeiras que cobram taxa de saída.

    A melhor forma de evitar essas perdas é "pechinchar" com o gerente para conseguir taxas mais atraentes. "Dependendo do relacionamento com o banco, é possível negociar taxas melhores", diz Filipe Villegas, planejador financeiro e analista da corretora WinTrade.

    O valor investido é um grande diferencial na hora dessa negociação. A tendência é que, quanto maior for o montante aplicado, menor seja a taxa cobrada.

    Mas, como nem sempre é possível fazer grandes aplicações, a dica dos especialistas é pesquisar as taxas cobradas entre diferentes instituições financeiras e, caso encontre opções melhores que a oferecida por seu banco, tente usar isso a seu favor.

    "Com a portabilidade, é possível transferir os valores para a instituição financeira mais atraente sem perder nenhum direito adquirido", ressalta Viriato.

    CONCORRÊNCIA

    Às vezes, basta o cliente mostrar no seu banco as taxas praticadas pela concorrência para que o gerente diminua o percentual que será cobrado. No caso da taxa de carregamento, é possível até obter a isenção da cobrança.

    "Quando ameaça sair do banco, normalmente o gerente consegue tirar a taxa de carregamento e, muitas vezes, reduzir a de administração", afirma.

    Já o cliente que busca comodidade tende a pagar mais caro. "É como no supermercado. O mais próximo e que fica aberto até mais tarde, por exemplo, costuma cobrar mais por essa conveniência", compara Viriato. "Com banco não é diferente."

    Villegas destaca ainda que instituições financeiras de menor porte e menos conhecidas costumam cobrar taxas menores. "E isso tem diferença significativa no longo prazo", completa.

    Editoria de Arte/Folhapress
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