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    Correio português pode entrar na disputa por tele

    JULIO WIZIACK
    DE SÃO PAULO

    26/11/2014 02h00

    Os fundos Apax Partners e Bain Capital, que fizeram uma oferta para a Oi de € 7 bilhões (R$ 22 bilhões) pelo controle da operadora Portugal Telecom (PT), negociam uma parceria com os Correios de Portugal (CTT).

    A entrada da portuguesa nesse "consórcio", no entanto, não interfere na oferta que Apax e Bain devem confirmar à Oi nesta sexta-feira (28).

    Na carta dos fundos ao BTG Pactual, contratado pela Oi para vender a PT, eles devem reforçar sua oferta de € 7 bilhões e informar que 70% do valor da oferta (€ 4,9 bilhões) já estão garantidos por financiamentos nos bancos Barclays, UBS e Bank of America -que também auxiliam os fundos na estruturação do negócio. O restante (€ 2,1 bilhões) será pago com recursos próprios.

    Nos bastidores, os fundos consideram que sua proposta é mais vantajosa que a da francesa Altice -a operadora quer levar a PT por € 7,025 bilhões. Os fundos Apax e Bain oferecem € 7,075 bilhões -€ 50 milhões a mais.

    Mas, como a francesa já atua em Portugal, o caso teria de ser submetido às autoridades regulatórias no país -processo mais demorado.

    Apax e Bain Capital acreditam que têm a melhor proposta. Por serem fundos de investimento sem participação em empresas de telefonia em Portugal, não teriam barreiras regulatórias e, assim, poderiam concluir o negócio rapidamente -um mês ou dois meses, no máximo.

    PARCERIA

    A associação com os Correios de Portugal tem dois motivos. O primeiro é que eles já operam no mercado de telefonia móvel. Outro ponto, segundo apurou a Folha, seria o "efeito psicológico".

    Embora a PT não seja mais vinculada ao governo português, os consumidores ainda fazem uma relação direta entre o país e a operadora, mesmo após a fusão entre a PT e a Oi, iniciada em 2010.
    Isso seria positivo para os dois fundos, que pretendem abrir o capital da PT na Bolsa de Lisboa, em 2016, caso a Oi aceite a proposta.

    Apesar de as duas propostas serem firmes, a Oi negocia um aumento do valor. Quer receber € 7 bilhões líquidos.

    As propostas dos fundos e da Altice preveem desconto de até € 800 milhões nesse valor caso a PT não atinja determinados níveis de geração de caixa e lucro após a compra.

    A Oi tem pressa de vender a PT para reduzir seu endividamento e, assim, se preparar para fazer oferta à Telecom Italia pelo controle da TIM junto com Vivo e Claro. As operadoras concorrentes pretendem fatiar a operadora.

    Em contra-ataque, a Telecom Italia informou que estuda uma forma de se associar à Oi (compra ou fusão).

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