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    Escolha final no Tesouro será de Dilma

    NATUZA NERY
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    27/11/2014 02h00

    Dilma Rousseff dará a palavra final na escolha do futuro secretário do Tesouro, cargo que ganhará mais relevância com o prometido ajuste fiscal para arrumar as contas públicas e ajudar a resgatar a credibilidade do governo.

    Segundo a Folha apurou com auxiliares próximos e com acesso à reforma ministerial, a petista espera indicações de Joaquim Levy, seu futuro titular da Fazenda, mas a nomeação só ocorrerá com o aval presidencial.

    Os nomes ainda não foram apresentados ao Palácio do Planalto, mas já há discussão de substitutos. Uma das possibilidades é trazer de volta ao cargo Tarcisio Godoy, antecessor de Arno Augustin no Tesouro e há até alguns dias colega de Levy no Bradesco.

    Segundo assessores presidenciais, está descartada, porém, a repetição do modelo do primeiro mandato, em que Augustin tinha poderes semelhantes aos do ministro Guido Mantega.
    Dentro do governo, a escolha de Levy é explicada como uma tentativa de gesto ao mercado, mas não só isso.

    Interlocutores dizem que Dilma nutre respeito pelo economista, apesar da diferença na visão do papel do Estado.

    DIVERGÊNCIAS

    Ambos divergiram durante o governo Lula, ela como ministra e ele como secretário do Tesouro, mais de uma vez. O que poucos sabem, porém, é que Levy manteve contato próximo com Dilma de 2010 para cá.

    Quando visitava Brasília para tratar de interesses do governo do Rio, do qual foi secretário de Fazenda, Levy algumas vezes era recebido por Dilma. Nessas ocasiões, sempre trazia presentes, em geral livros de economia de autores estrangeiros.

    Essas reuniões são hoje descritas por auxiliares para mostrar que a escolha do novo ministro da Fazenda não é artificial como supõe o PT.

    Os mesmos interlocutores afirmam, porém, que a chefe se cercará de cuidados para evitar uma política fiscal muito restritiva.

    Esses assessores relatam que Dilma recomendou um papel mais ativo de Nelson Barbosa, que irá para o Planejamento, no debate interno do governo. Ele faria um contraponto à Fazenda, algo que ela se ressente de não ter visto no primeiro mandato.

    Um dos assessores influentes nos primeiros quatro anos de governo, Augustin indicou a pessoas próximas não ter gostado do perfil da nova equipe econômica.

    O Planalto, a propósito, desistiu da ideia de transformá-lo em assessor especial da presidente. Agora, uma das alternativas é nomeá-lo vice-presidente de um banco público.

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