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    Nova equipe econômica de Dilma diz defender programas sociais

    FLÁVIA FOREQUE
    SOFIA FERNANDES
    EDUARDO CUCOLO
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    28/11/2014 02h00

    Alvo de críticas por ter um ministro da Fazenda mais liberal, a nova equipe econômica mostrou-se afinada ao defender que maior rigor no controle de gastos e receitas não comprometerá as políticas sociais petistas adotadas nos governo Lula e Dilma.

    Tanto Joaquim Levy, futuro ministro da Fazenda, como Nelson Barbosa, futuro titular do Planejamento, disseram que o avanço dos programas sociais depende da estabilidade econômica.

    "Não acho que as duas coisas sejam contraditórias", afirmou Barbosa, que conta com o apoio dos petistas, ao contrário de Levy.

    Segundo o futuro chefe do Planejamento, a recuperação do crescimento econômico vai permitir a manutenção dos programas sociais. A seu lado, Levy deu o mesmo tom.

    "O equilíbrio da economia é feito para garantir o avanço na área social que alcançamos", disse o novo ministro, acrescentando que, neste momento, o governo terá de fazer um "exercício de escolha de prioridades dos gastos".

    Levy chegou para sua primeira entrevista, no Planalto, à frente da nova equipe, seguido por Barbosa e Alexandre Tombini, a quem coube dar o recado de que o governo fará um combate rigoroso à inflação.

    O presidente do BC disse que sua equipe vai se manter "especialmente vigilante" para evitar o avanço dos preços, indicando a manutenção do ciclo de alta dos juros.

    No mercado, analistas já apostam que o BC pode até acelerar o ritmo de alta na próxima semana. Em vez de 0,25 ponto percentual, poderia optar por 0,50 ponto.

    AUTONOMIA

    Questionado se a presidente garantiu ao novo time econômico autonomia de trabalho, algo que faltou à equipe de saída, Levy primeiro disse que isso se verá no "dia a dia", mas depois fez questão de ressaltar que os novos ministros contam com a "confiança" de Dilma. "Não tenho indicação nenhuma em sentido contrário", afirmou.

    Indagado sobre quem será seu secretário do Tesouro -cargo hoje ocupado por Arno Augustin-, Levy preferiu não responder. "Não vamos divulgar nenhum nome agora. (...) É uma experiência boa e positiva essa da transição, fazer as coisas com calma."

    Ele ponderou que não há "agonia" em tomar medidas. "Essa é uma maneira boa de a gente lidar com os desafios num novo governo, que começa no dia 1º de janeiro", deixando claro que ele e Barbosa ainda vão detalhar as medidas que tentarão equilibrar as contas públicas.

    Os dois novos ministros fizeram questão de elogiar seus antecessores -Guido Mantega e Miriam Belchior-, com os quais irão conviver durante a transição. A data de posse ainda não está definida.

    Em nota, Dilma também agradeceu "a dedicação" de Mantega, destacando que ele foi o ministro da Fazenda mais longevo do período democrático. "Em seus 12 anos de governo, Mantega teve papel fundamental no enfrentamento da crise econômica internacional, priorizando a geração de empregos e a melhoria da renda da população."

    CÂMBIO

    Tombini, além de sinalizar que manterá o ciclo de alta dos juros, indicou que deve reduzir sua atuação no câmbio a partir de 2015, o que fez o dólar subir.

    Ele disse que o programa de intervenções diárias com a venda de contratos de câmbio (swap cambial) "já atende de forma significativa à demanda por proteção cambial".

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