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    Carreira de Barbosa seguiu a de Mantega

    DE BRASÍLIA

    28/11/2014 02h00

    Um dos principais responsáveis pela guinada desenvolvimentista na política econômica a partir do fim de 2008, o economista carioca Nelson Henrique Barbosa Filho, 45, se apresenta recentemente como crítico de excessos cometidos nos últimos anos.

    Em palestras, vinha propondo medidas para colocar em ordem as contas públicas. Não falava, no entanto, em descontrole e ponderava que o Orçamento engessado deixava o governo com pouca margem para cortar gastos.

    Barbosa -ou "Nelsão", como é conhecido- nunca foi filiado ao PT, mas esteve sempre próximo ao partido.

    Na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), teve como professores economistas identificados com o desenvolvimentismo (escola que defende maior participação do Estado na economia), como Carlos Lessa e Maria da Conceição Tavares.

    Fernando Bizerra Jr/Efe
    Nelson Barbosa, que será ministro do Planejamento
    Nelson Barbosa, que será ministro do Planejamento

    Na década de 1990, foi funcionário concursado do Banco Central e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Em 2003, foi trabalhar com Guido Mantega, que havia acabado de assumir o Ministério do Planejamento. Também o assessorou no comando do BNDES.

    No Ministério da Fazenda, mais uma vez sob Mantega, foi alcançando cargos cada vez mais altos: secretário de Acompanhamento Econômico (2007-2008), de Política Econômica (2008-2010) e, no governo Dilma, secretário-executivo (2011-13).

    Foi também presidente do conselho do Banco do Brasil (2009-2013) na época em que a instituição liderou ações de combate à crise de 2008, que envolveu, por exemplo, aumento de gastos e do crédito nos bancos públicos.

    Participou ainda da tentativa frustrada de reforma tributária do governo Dilma.

    TÃO PERTO, TÃO LONGE

    O economista se aproximou da presidente Dilma ainda no governo Lula, ao participar da elaboração do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do Minha Casa, Minha Vida.

    Como secretário-executivo, Barbosa ganhou espaço também dentro do Planalto. Tomava decisões diretamente com a presidente, sem a participação do chefe.

    A situação causou desgaste na relação com Mantega.

    Havia ainda divergências com Arno Augustin, que também se tornou um dos principais assessores econômicos de Dilma.

    Desgastado, deixou o governo em junho de 2013. Desde então, aproximou-se bastante do ex-presidente Lula, participando de atividades do instituto mantido pelo petista. Como professor da FGV, adotou uma posição de crítica moderada às ações do governo Dilma.

    Passou a fazer consultorias em bancos e gestoras de investimentos. Em suas palestras, dizia que não tinha pretensões de voltar ao governo.

    Barbosa fez parte da lista entregue por Lula a Dilma com sugestões de nomes para o substituto de Mantega, ao lado do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e do ex-presidente do BC Henrique Meirelles.

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